“Guerra” entre frigorífico e pecuarista firma e boi recua a R$ 248/@

A disputada para garantir uma melhor vantagem na negociação do boi gordo, faz com que Indústrias e pecuaristas tirem o pé dos negócios; Sendo assim, preços continuam em queda na maior parte do país. E agora?

mercado físico do boi gordo registrou poucas variações nos preços, mantendo a tendência de queda devido ao lento escoamento da carne bovina entre as cadeias, em meio a um cenário de sobre oferta. Nesta terça-feira, 18 de julho, o volume de negócios no mercado físico do boi gordo registrou novamente lentidão e, a disputada para garantir uma melhor vantagem na negociação do boi gordo, faz com que Indústrias e pecuaristas tirem o pé dos negócios; Sendo assim, preços continuam em queda na maior parte do país. E agora?

analista da Safras & Mercado, Fernando Henrique Iglesias, destacou essa pressão sobre os preços. Pelo lado da indústria, informa a S&P Global Commodity Insights, muitos frigoríficos passaram a limitar o ritmo de compra de gado gordo, reduzindo o abate diário, diante do menor fluxo no escoamento da carne bovina ao mercado doméstico. Em outras palavras, a indústria começa a reduzir o volume de animais abatidos e planeja férias coletivas em algumas plantas estratégicas.

Do lado de dentro da porteira, por sua vez, os pecuaristas estão ajustando o ritmo dos negócios para tentar evitar uma queda contínua nos preços da arroba. Entretanto, a perda na capacidade de retenção da boiada no pasto, faz com que a classe fique sem força para barganhar neste momento.

Sendo assim, segundo a Scot Consultoria, em São Paulo, algumas indústrias frigoríficas permanecem fora das compras, visto que as escalas de abate estão preenchidas até o final de julho e o escoamento de carne está baixo. Com isso, as cotações do boi gordo e da vaca gorda ficaram estáveis no comparativo diário. No entanto, houve recuo de R$5,00/@ no preço da novilha gorda.

O boi gordo está sendo negociado em R$240,00/@, a vaca gorda em R$212,00/@ e a novilha gorda em R$230,00/@, preços brutos e a prazo.

A arroba do “boi-China” – animal abatido mais jovem, com até 30 meses de idade – está sendo negociada em R$ 250/@ (preço bruto e a prazo) em São Paulo, com ágio, portanto, de R$ 10/@ sobre o animal “comum”, acrescenta a Scot.

Já o INDICADOR DO BOI GORDO CEPEA/B3, apresentou um dos maiores recuos nas cotações do boi gordo para o mês de julho, com uma variação negativa de 3,42% na comparação diária. Sendo assim, o animal que estava cotado a R$ 257,00/@ na segunda-feira, recuou para o patamar de R$ 248,20/@, um recuo de quase R$ 10,00/@ em apenas um dia. Confira o gráfico abaixo e veja o comportamento dos preços do indicador ao longo dos últimos 30 dias úteis.

De acordo com levantamento da S&P Global, nas praças de Goiás e Mato Grosso, já há relatos de negócios envolvendo boiada gorda a preços mais baixos.

Porém, a especulação baixista esbarra na menor oferta de animais disponível no mercado, observa a S&P Global. Em Minas Gerais, a dificuldade em comprar animais padrão exportação permitiu firmeza aos preços locais, acrescenta a consultoria.

Cotação do boi gordo pelo Brasil

  • Em São Paulo, Capital, a referência para a arroba do boi ficou na faixa de R$ 247 a R$ 248.
  • No interior de Mato Grosso do Sul, a arroba foi indicada em R$ 241.
  • Já em Cuiabá (MT), a arroba ficou em R$ 214.
  • Em Goiânia (GO), a indicação foi de R$ 230 para a arroba.
  • Por fim, em Uberaba (MG), a arroba teve preço de R$ 245.

Exportações de carne bovina

Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafigo) divulgou informações sobre as exportações totais de carne bovina no primeiro semestre de 2023. As receitas tiveram uma queda de 21% em relação ao mesmo período de 2022. Os preços médios caíram 20%, passando de US$ 5.740 por tonelada para US$ 4.585.

No primeiro semestre de 2023, as exportações totais atingiram 1.076.780 toneladas, enquanto nos primeiros seis meses de 2022, foram 1.085.595 toneladas. A receita no mesmo período de 2022 foi de US$ 6,230 bilhões, enquanto este ano foi de US$ 4,937 bilhões.

Até a segunda semana de julho, foram exportadas 76,6 mil toneladas de carne bovina in natura. A média diária embarcada foi de 7,6 mil toneladas, queda de 3,7% comparada ao mesmo período de julho/22. O faturamento médio diário está em US$37,0 milhões, queda de 29%. O preço médio pago pela tonelada caiu e está em US$4.831,6 frente a US$6.549,9 em julho/22.

“Normalmente, os embarques das duas primeiras semanas do mês são os mais intensos e os números registrados até o momento de julho/23 indicam que pode haver dificuldades em superar 160 mil toneladas exportadas no mês”, afirmam os analistas da Agrifatto.

Mercado do atacado, segundo Agrifatto

Com a redução no consumo de proteína animal no mercado doméstico, movimento característico da segunda quinzena dos meses, a demanda por carne com ossos no atacado está baixa e o fluxo de vendas lento. A comercialização de dianteiros e pontas de agulha perderam tração e não fluem com a mesma facilidade das semanas anteriores, com o mercado travado para a maioria das mercadorias.

A carcaça casada também sofre com a baixa demanda e recua para o menor patamar desde jun/23, sendo negociada na casa dos R$ 15,50/kg no atacado paulista, recuo diário de 3,12%.

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