Identificada mais uma planta invasora resistente ao glifosato

Pesquisadores, técnicos e produtores estão preocupados com o impacto econômico caso a planta infestante seja encontrada em outras regiões do país.

Embrapa Soja e a Cooperativa Agropecuária e Industrial (Cocari) identificaram mais uma planta resistente ao glifosato, herbicida aplicado em larga escala nas lavouras de grãos transgênicos do país. Trata-se da planta conhecida como “leiteiro”, “amendoim-bravo” ou “café-do-diabo”, cujo nome científico é Euphorbia heterophylla.

A primeira suspeita da resistência do leiteiro foi observada na safra 2018/2019, quando as plantas daninhas sobreviveram, mesmo após aplicações de glifosato, em uma propriedade na região do Vale do Ivaí, no Paraná, onde fica a Cocari.

Segundo nota da Embrapa Soja divulgada nesta terça-feira, 10, esta é a décima planta infestante das lavouras de grãos no Brasil que adquiriu resistência ao herbicida.

“Apesar de restrita a apenas uma área, está preocupando pesquisadores, técnicos e produtores, especialmente pelo impacto econômico que poderá acarretar se casos semelhantes forem encontrados em outras regiões”, diz a nota da Embrapa.

Entre outras plantas que já criaram resistência ao glifosato e são encontradas sobretudo nas lavouras de soja estão a buva, o azevém e o capim-amargoso.

Conforme a Embrapa, os custos de produção de soja podem subir de 42% a 222%, em função dos gastos com outros herbicidas que não o glifosato e também por causa da perda de produtividade da oleaginosa.

Segundo o pesquisador Fernando Adegas, os valores aumentam, em média, entre 42% e 48%, para as infestações isoladas de buva e de azevém, respectivamente, e até 165%, se houver capim-amargoso resistente.

O cientista calcula que o custo médio, em reais, no Brasil, para o controle de plantas daninhas é de R$ 120 por hectare. Em infestações mistas de espécies daninhas resistentes ao glifosato, o aumento nos custos de controle é maior.

Em áreas com infestação de buva e de capim-amargoso, por exemplo, o custo de controle pode chegar a R$ 386 por hectare, ou seja, aumento de 222% no custo de produção.

Fonte: Estadão Conteúdo

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