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Indústrias de máquinas agrícolas paralisam fábricas

Três indústrias de máquinas agrícolas paralisam fábricas no Brasil por coronavírus; John Deere, Jacto e Stara anunciaram interrupção nas operações por pandemia.

Três fabricantes de máquinas e implementos agrícolas anunciaram oficialmente a paralisação de suas operações devido aos efeitos da pandemia de coronavírus no Brasil. Os grupos paulista Jacto e gaúcho Stara já fecharam unidades. Já a John Deere, uma das maiores fabricantes do segmento, interrompe as atividades a partir desta quarta-feira (25/3).

Outros fabricantes devem seguir o mesmo caminho e descontinuar o funcionamento das unidades industriais até o começo de abril, segundo o presidente da Câmara Setorial de Máquinas e Implementos Agrícolas (CSMIA) da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), Pedro Estevão Bastos.

“Nós imaginamos que deva ocorrer a paralisação total”Pedro Estevão Bastos, presidente da CSMIA da Abimaq

“Parte das empresas já está em férias coletivas. As empresas estão mantendo o atendimento de peças de reposição porque as operações precisam continuar. Mas quem não entrou agora (em férias coletivas), deve entrar na semana que vem”, afirma Bastos.

Perdas imediatas

O impacto das paralisações do setor de máquinas e implementos agrícolas no volume de negócios é imediato. É que faltam peças e implementos para a montagem e venda das máquinas e não se sabe até quando essa situação permanecerá.

Até o começo da semana passada, o problema estava mais localizado com a importação de implementos da China, maior fornecedor de peças importadas do mundo, como os chips usados em monitores, displays e computadores acoplados às máquinas.

No entanto, a escalada da pandemia obrigou muitos fornecedores a interromper o expediente para evitar mais casos de contágio.

John Deere 

A John Deere afirmou que interrompe, por período “ainda a ser definido”, as fábricas de Horizontina (RS), de colheitadeiras e plantadeiras, e de Porto Alegre (RS), onde está localizada a unidade produtiva da Ciber, fabricante de equipamentos rodoviários da Wirtgen Group, pertencente à Deere&Co.

O objetivo é reorganizar as operações no Brasil para “contribuir na contenção da curva de contaminação pelo novo Coronavírus (COVID-19), e visando proteger a saúde dos colaboradores e suas famílias, sem deixar de atender seus clientes nas áreas agrícola e de construção”.

A partir da semana que vem, a medida se estende para as fábricas de tratores em Montenegro (RS), de pulverizadoras PLA em Canoas (RS), de máquinas de construção em Indaiatuba (SP), incluindo a planta em joint-venture Deere-Hitachi, e de colhedoras de cana e pulverizadores em Catalão (GO).

O centro de distribuição de peças para a América do Sul da companhia, que fica em Campinas (SP), atuará em regime de escalonamento para não interromper o atendimento e fornecimento aos agricultores.

(Foto: Ricardo Benichio)

Jacto

Em nota, o Grupo Jacto, focado na produção de pulverizadores, colhedoras de café e adubadoras, além de peças, anunciou que “está paralisando, gradualmente, as atividades em suas unidades de negócio”.

“Nosso maior objetivo é agir rápido para proteger a saúde e o bem-estar de nosso colaboradores, familiares, parceiros de negócio e sociedade em geral”, afirma. A nota diz ainda que alguns colaboradores passam a exercer suas atividades remotamente. Para aqueles que não for possível, será usado o banco de horas ou entram em férias.

(Foto: Valter Silva/Editora Globo)

Stara

Já a Stara suspendeu totalmente as atividades por 15 dias e diz que “vem permanentemente acompanhando informações relativas a este fato” e que “o objetivo da empresa sempre foi preservar a saúde de seus colaboradores, clientes, fornecedores e amigos”.

Estão em férias coletivas desde segunda-feira (23/3) os colaboradores da matriz em Não-Me-Toque, assim como as filiais em Carazinho Santa Rosa, todas no Rio Grande do Sul.

(Foto: José Medeiros/Ed. Globo)

Sem impacto na colheita

Segundo Bastos, da Abimaq, o investimento em máquinas por parte de produtores deve sofrer uma queda forte por conta da crise. Mas ele confia na retomada das atividades. “Deve ter uma parada brusca, porque tem todo uma questão psicológica sobre os investimentos. Mas, uma vez passada essa incerteza, os investimentos devem voltar ao normal”, avalia.

Apesar da paralisação da maior parte dos setores da economia, o problema com o coronavírus não deve afetar a colheita de soja e do milho. “A decisão de compra da máquina para a colheita ocorre entre quatro e seis meses antes da operação, porque tem o processo de escolha, de financiamento e da entrega do maquinário”, explica o executivo.

Falta de peças preocupa

Por meio de nota, a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) afirmou que o interrompimento das atividades por falta de peças é “uma possibilidade a ser considerada”, mas acredita, também, que é “facilmente contornável após o período mais agudo da pandemia”.

No início do ano, a associação previa aumentar as vendas de máquinas agrícolas em até 2,9% no país, para 45 mil unidades em 2020. Agora, diz ser difícil prever algo com o novo panorama econômico.

“Impossível falar em números enquanto não soubermos a duração e a intensidade desse período de extrema crise global. Sem dúvida, o impacto negativo será muito grande para todos os agentes econômicos”, Anfavea, em nota.

Fonte: Globo Rural

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