“Produtores começaram a colheita nessas áreas… (mas) é bastante difícil dizer se é mais cedo que o ano passado, porque são casos específicos”, afirmou.
Os agricultores de Mato Grosso, maior Estado produtor do Brasil, deram início aos primeiros trabalhos de colheita da soja 2022/23, em regiões de plantio mais precoce como o oeste, disse à Reuters ontem (22), o Imea (Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária).
Segundo o superintendente do instituto ligado a produtores, Cleiton Gauer, as lavouras colhidas ainda representam menos de 1% da área de 11,8 milhões de hectares, “provavelmente seguidas pela implantação de segunda safra com algodão”, disse ele.
O especialista não detalhou se a retirada dos grãos está antecipada em relação a 2021/23. “Produtores começaram a colheita nessas áreas… (mas) é bastante difícil dizer se é mais cedo que o ano passado, porque são casos específicos”, afirmou.
A Amaggi, grupo do ex-ministro da Agricultura Blairo Maggi, informou em nota que iniciou na quarta-feira a colheita de sua safra de soja 2022/23 em Mato Grosso, na Fazenda Itamarati Norte, a maior da empresa, localizada em Campo Novo do Parecis.
“A área total plantada de soja nesta safra em todas as fazendas da Amaggi é de 170.661 hectares, incluindo todas as unidades da agropecuária. E a previsão é chegar a uma produção de 601.711 toneladas do grão”, disse a companhia.
O Imea destacou que já esperava que os trabalhos poderiam começar nesta semana no Estado e se intensificar nos próximos dias, entre os feriados de Natal e Réveillon.
“O clima contribuiu para essas áreas estarem prontas, colhendo cedo, com pouco mais de 95 dias de ciclo… e já entrar com o cultivo de segunda safra logo na sequência.”
A meteorologista do Climatempo Nadiara Pereira alertou, no entanto, que fortes chuvas estão acontecendo na região oeste de Mato Grosso, com potencial para impactar tanto os tratos culturais das lavouras em desenvolvimento quanto a colheita. “Para as áreas que estão iniciando a colheita, o período mais crítico em termos de clima é agora, até meados do dia 27 de dezembro”, disse ela.
Um intenso corredor de umidade está em atuação sobre a metade Norte do Brasil, afirmou Pereira, levando períodos de chuva volumosa e persistente para o norte e nordeste de Mato Grosso, além do oeste. “Áreas mais ao sul do Estado que têm chuvas mais regulares”, acrescentou.
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Entre os últimos dias de dezembro e o início de janeiro, a previsão também é de volumes significativos de chuva, mas em forma de pancadas, com períodos de tempo aberto durante o dia que tendem a permitir dar sequência aos trabalhos de campo.
“Janeiro promete ser mais úmido do que a primavera. Em grande parte da área central, tivemos irregularidade de chuvas naquele período… essa umidade agora pode garantir boas condições para as lavouras que estão em desenvolvimento.”
Mercado do grão
Mato Grosso, em geral, é o primeiro Estado brasileiro a plantar e colher soja, cuja produção está estimada pelo Imea em recorde de 41,46 milhões de toneladas nesta temporada, alta de 1,4% sobre o ciclo anterior.
A colheita nesta época do ano significa que também haverá soja disponível mais cedo para atender a demanda.
Especialistas ouvidos pela Reuters nesta quinta-feira acreditam que a China, maior compradora global da oleaginosa, deve terminar o ano com estoques de farelo de soja historicamente baixos, o que tende a elevar a dependência da soja importada em 2023, favorecendo os exportadores do Brasil.
O maior produtor e exportador global de soja deve embarcar, ao todo, 93 milhões de toneladas de soja em 2022/23, versus 77,5 milhões no ciclo anterior, tendo a China como principal compradora, conforme dados da Abiove (Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais).
Fonte: Reuters
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