Preço do bezerro termina o ano no menor patamar desde outubro de 2020; categoria fechou 2022 com um recuo no preço anual, fato que não acontecia desde 2017
Com a expansão na oferta de animais, o bezerro fechou 2022 com um recuo no preço anual, fato que não acontecia desde 2017. O preço médio do bezerro no ano de 2022 ficou em R$ 2.654/cab, 8% abaixo do que fora registrado em 2021, quando a cotação anual do bezerro atingiu sua máxima histórica de R$ 2.896/cab – informações são da Consultoria Agrifatto.
A movimentação no decorrer do ano demonstra uma perda de valor ainda maior, o preço do bezerro em dez/22 é de R$ 2.380/cab e comparado a cotação média de jan/22, que foi de R$ 2.907/cab, a desvalorização no decorrer do ano atinge os 18%. A motivação para essa queda em 2022 está em um mercado sobre ofertado, que viu o número de bezerros aumentar em decorrência da forte retenção de fêmeas promovida durante os anos de 2020 e 2021, refletindo em maior produção de bezerros (e expansão do rebanho) já em 2022.
O contexto para 2023 ainda dá sinais de um mercado bem ofertado, no entanto, o espaço para queda no decorrer do ano parece menor que em 2022. A relação de troca de bezerros por por gordo de 16,5@ na parcial de 2022 (até o dia 22 de dezembro) de 1,98 foi a maior dos últimos 3 anos.
A queda no preço do bezerro em 2022 tem melhorado o poder de compra do pecuarista no momento de repor o rebanho. Apesar dos valores em 2022 sigam abaixo do patamares praticados nos anos anteriores, como observado na série apresentada acima, o valor mostra recuperação e se afasta da mínima observada em 2021, quando o indicador ficou em 1,74 bezerros por boi gordo de 16,5@.
Vale lembrar que a troca nesses pouco mais de 20 anos de história alcançou a máxima de 2,58 bezerros por boi gordo de 16,5@ no ano de 2004. O valor médio de todo o período, desde 2000, foi de 2,14 bezerros por boi gordo. Desse modo, a relação de troca, desde 2014, está abaixo da média avaliada desde o ano 2000.
Qual o momento perfeito para comprar bezerros de desmama para a sua fazenda?
Existe e essa fase é agora! Mas será que já está na hora de passar o rodo e lotar a fazenda com reposição barata? Não tome decisão nenhuma sem antes compreender exatamente como analisar cada fase do ciclo conjuntamente com a sazonalidade e como tomar a melhor decisão gerencial para fazer a reposição com a mão mais pesada.
Melhor relação de troca de bezerros por boi gordo
Segundo o Farmnews, apesar da recuperação em 2022, a relação de troca de bezerros por boi gordo segue abaixo dos valores observados no início da série apresentada, quando ficava na grande maioria das vezes bem acima de 2,0. O valor médio entre o início de 2000 e outubro de 2022 é de 2,14 bezerros por boi gordo de 16,@, sendo que a mínima foi observada em outubro de 2021 (1,61) e a máxima em novembro de 2004 (2,67).
Pois é, a tendência ao longo dos anos foi a diminuição do poder de compra do pecuarista, fruto de uma maior valorização do bezerro em relação ao boi gordo. Os motivos técnicos e econômicos que condicionaram a alta nos preços do bezerro em relação ao boi gordo é bem conhecida pelo produtor, o que aumenta a busca por produtividade e o controle dos custos da engorda.
Isso porque, como comentamos, a tendência é que a reposição siga pressionando as relações de troca no longo prazo, embora em 2022, pela fase do ciclo pecuário, observamos um aumento no poder de compra daqueles que dependem da reposição do rebanho no mercado.
Cenário da pecuária de corte
Segundo levantamento da Scot Consultoria, as cotações de todas as categorias de reposição (fêmeas e machos anelorados), em todos os Estados brasileiros, caíram, em média, 17,2%, entre janeiro e novembro deste ano. Considerando-se somente fêmeas (vaca magra, novilha, bezerra de ano e à desmama), a queda foi de 16,9% e somente machos (boi magro, garrote, bezerro de ano e desmamado), de 15%.
A oferta reduzida sustentou as cotações dos animais de reposição por bom tempo, levando à retenção de matrizes e, consequentemente, a uma maior produção de bezerros, o que, agora, está provocando queda nos preços desses animais. É o ciclo pecuário dando sinais de virada.
Com informações de Agrifatto, Farmnews e SCOT Consultoria.
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