
Um cargueiro de 220 mil toneladas e 400 metros de comprimento foi atingido por uma rajada de vento e encalhou em uma das principais passagens náuticas do mundo
Um grande navio de carga encalhou na terça-feira (24) no Canal de Suez, no Egito, depois de ter sido atingido por uma rajada de vento, e causou um grande congestionamento naval no canal, uma das passagens mais importantes para o comércio mundial. O navio chama-se Ever Given, pesa 220 mil toneladas e tem 400 metros de comprimento e, por essas dimensões, é considerado um meganavio.
O Ever Given, que foi construído em 2018 tinha como destino o porto de Rotterdam, na Holanda. O Ever Given está encalhado no sul do canal. Já houve tentativas de recolocá-lo em flutuação, mas isso não aconteceu.
Inicialmente, pensou-se que o navio tinha ficado sem energia, mas a empresa que o opera, a Evergreen Marine Corp, afirmou que o cargueiro encalhou depois de uma rajada de vento.

Meteorologistas do Egito afirmaram que de fato houve fortes ventos na terça-feira, que chegaram a 50 km/h.
A tripulação está segura, disse a empresa Bernhard Schulte Shipmanagement, que gerencia o cargueiro. Não houve vazamento de óleo.

O navio bloqueou o canal. Isso pode ter um efeito significativo no tráfego entre o Mar Mediterrâneo e o Mar Vermelho, disse Salvatore Mercogliano, um ex-marinheiro mercantil e professor de história da Universidade Campbell, nos Estados Unidos.
“Todos os dias, cerca de 50 navios passam pelo canal”, disse ele. O professor afirma que cada dia que o canal fica fechado implica atrasos na entrega de comida, combustível e produtos industrializados que são comercializados entre a Europa e a Ásia.
Preço do petróleo sobe
Os preços do petróleo subiam depois que um navio encalhou no Canal de Suez, o que gerou preocupações sobre a oferta, embora temores de uma lenta recuperação na demanda devido a “lockdowns” na Europa tenham limitado os ganhos. Oito navios rebocadores tentavam nesta quarta-feira, desencalhar um longo navio de contêineres de 400 metros que bloqueava a passagem no Canal de Suez, uma das mais importantes vias marítimas do mundo.
“O potencial impacto sobre a oferta levantou os preços”, disse Jeffrey Halley, da corretora OANDA, sobre o incidente em Suez, embora com a ressalva de que a questão parece temporária. Por outro lado, pesavam contra os preços a renovação pela Alemanha de seu lockdown, até 18 de abril, bem como a reimposição de restrições na Itália, na França e outros países europeus.