Menor oferta da soja preocupa agentes e eleva preços

Altas de preços da soja e de seus derivados estão ligadas à expectativa de maior demanda internacional enquanto a oferta é baixa

Devido às condições climáticas ruins, confirma-se a quebra da safra brasileira de soja, envolvendo agentes em diversos elos da cadeia produtiva. Por um lado, os agricultores, especialmente da região Sul do Brasil, devem enfrentar dificuldades, por conta da falta de soja para vender – em alguns casos, a situação dos agricultores pode ser aliviada por seguros. No entanto, com os preços da soja em alta, os subprodutos tendem a ser valorizados também, elevando os custos de produção na pecuária.

Na primeira quinzena de fevereiro, os prêmios de exportação de farelo de soja atingiram os maiores níveis em 12 anos, e os prêmios de exportação de óleo de soja voltaram a ser positivos.

Ainda sobre a primeira quinzena de fevereiro, o Índice ESALQ/BM&FBovespa Paranaguá subiu 2,85%, para R$ 189,54 (US$ 36,58) por saca de 60 quilos em 15 de fevereiro – em 10 de fevereiro, esse Índice atingiu R$ 198,33 (US$ 37,95)/saca, o maior nível nominal da série do Cepea, iniciada em março de 2006.

O Índice CEPEA/ESALQ Paraná para soja atingiu R$ 194,42 (US$ 36,96)/saca, o maior nível nominal da série do Cepea, iniciada em julho de 1997.

 As altas de preços da soja e de seus derivados estão ligadas, ainda, à expectativa de maior demanda internacional enquanto a oferta é baixa. Além da menor produção em outros países, como Argentina e Paraguai, a produção brasileira de soja deverá ser menor também na safra 2021/22. Estima-me a safra brasileira de soja em 134 milhões de toneladas, e a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento do Brasil), em 125,47 milhões de toneladas.

Segundo a Conab, 16,8% das lavouras de soja foram colhidas até 5 de fevereiro. Considerando os estados, 42,1% foram colhidas em Mato Grosso; em Goiás, 9%; no Mato Grosso do Sul, 7%; em Minas Gerais, 12%; em São Paulo e no Paraná, 11%; em Santa Catarina, 6%; no Tocantins, 15%; no Maranhão, 4%; e na Bahia, 5%. Entretanto, as primeiras lavouras de soja colhidas em SP têm baixa produtividade. Em Goiás e em Minas Gerais, as altas chuvas estão prejudicando as atividades nas lavouras, o que pode prejudicar a soja.

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