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Milícia indígena quer controlar área agrícola

O domínio de uma área de três mil hectares, com grande potencial agrícola, levou ao surgimento de uma milícia privada no Norte do Rio Grande do Sul.

O grupo é liderado por um cacique e por um vice cacique, que formaram um grupo de indígenas fortemente armados dispostos a matar para controlar a reserva Votouro, na cidade de Benjamin Constant do Sul.

De acordo com denúncia apresentada pelo Ministério Público Federal (MPF) à Justiça, o grupo é responsável por dois homicídios e tentativas de assassinatos — uma delas contra o próprio prefeito da cidade, ferido e mantido em cárcere privado.

Por trás da formação da milícia, está o potencial financeiro da região, cuja receita anual com a agricultura é estimada em R$ 10 milhões. O grupo armado ficou conhecido na eleição de 2016.

Então cacique, Elizeu Garcia concorreu a uma vaga de vereador. Outro indígena Kaingang, Edimar Pires, entrou na disputa. Foi quando a milícia privada, comandada por Elizeu, passou a perseguir o opositor e também aqueles que o apoiaram.

Em dezembro daquele ano, a milícia praticou o primeiro atentado: foi à casa de um índio opositor e, a tiros, o expulsou do território. Em março do ano passado, a situação se agravou. Em outro ataque, um indígena foi assassinado em casa. Mas o alvo principal era o pai da vítima, que, segundo o MPF, se contrapunha “publicamente às decisões da liderança”. Ele conseguiu escapar.

Prefeito recebido com tiros

Ainda segundo a investigação, em torno de cem pessoas deixaram o território, em função do clima de terror instalado. Dois meses após o primeiro assassinato, o grupo atacou dois ocupantes de um carro que passava por uma estrada que corta a reserva. Um dos homens, sobrinho do prefeito, foi morto. Com a morte do familiar, o prefeito Itacir Hochmann foi até a reserva, onde foi recebido a tiros. Ferido na cabeça, foi retirado do carro pelos milicianos e mantido preso até a chegada da polícia. Para o Ministério Público, a formação da milícia “teve origem no desejo irrefreável de perpetuação no poder”.

— Houve vários fatos graves, como sequestro, homicídios e tentativas de homicídio. Faltam políticas públicas em tudo que está relacionado às disputas por terras — afirma a procuradora da República Luciane de Oliveira.

A defesa de Elizeu Garcia foi procurada, mas não se pronunciou. Com informações do jornal O Globo.

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