MT deve confinar mais de 600 cabeças, aponta Imea

Imea estima confinamento de 641.070 cabeças em Mato Grosso; Houve crescimento de 11% relação ao primeiro levantamento realizado em abril e queda de 22,2% ante os dados consolidados de 2019.

O Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) divulgou nesta segunda-feira (10) o segundo levantamento de intenção de confinamento de bovinos em Mato Grosso em 2020. A projeção é de alojamento de 641.070 cabeças, número 11% superior ao estimado em abril, na primeira sondagem. O volume é 22,2% inferior aos dados consolidados de 2019.

Os analistas do Imea explicam que a recuperação em relação à estimativa inicial se deve aos investimentos dos maiores confinadores, que detém cerca de 62,40% do total de cabeças confinadas no estado. “Este aumento não significa que os custos de produção também não os afetam, mas sim que conseguem uma diluição de seus desembolsos com o ganho de escala e, com isso, uma maior autonomia na mudança de estratégias a curto prazo.

Eles lembram que neste ano a reposição de animais para engorda tem alcançado preços a níveis recordes, em termos nominais. Entre abril e junho deste ano, a novilha foi a que mais registrou valorização, de 7,68%. Além dos maiores custos com reposição, os preços com insumos também não recuaram. A média da saca de milho em julho, por exemplo, está 41,50% superior em relação ao mesmo período de 2019, quando os confinadores já preocupavam com os patamares da época, dizem os analistas.

Segundo eles, a menor disponibilidade de grãos no estado, um dos fatores que tem elevado as cotações, também é demonstrada pela quantidade de insumos que ainda precisa ser adquirida pelos confinadores, cerca de 14,00%. “Mas, para os confinadores da região médio-norte, onde há maior disponibilidade de grãos, observa-se que ainda houve oportunidade para aumentarem a quantidade de cabeças confinadas de maneira significativa em relação ao primeiro levantamento.”

Eles observam que o impacto da retração da demanda provocada pela crise do coronavírus, que atingiu seu auge em meados de abril em Mato Grosso, também trouxe fortes inseguranças para os confinadores no geral, diminuindo a disponibilidade de animais oriundos do primeiro giro.

No entanto, a valorização da arroba no mercado físico e otimismo no mercado futuro para o segundo semestre resultaram em mais uma mudança, agora na distribuição da quantidade de animais.

“No primeiro levantamento, observou-se um cenário atípico, quando havia maior concentração de animais entregues até agosto. Agora, verifica-se um maior volume no segundo semestre, sobretudo em outubro, um dos principais giros do ano.”

No segundo levantamento houve redução de 12 informantes. Da lista de 173 confinadores do primeiro levantamento, no atual foram contabilizados 161 confinadores.

“No entanto, 135 confinadores participaram do levantamento, representando 84% da amostra, o que é, inclusive, superior à última entrevista. O principal motivo reportado para este movimento foi a desativação de suas estruturas confinadoras, as quais, em sua maioria, eram de confinadores de pequeno porte.”

Fonte: Globo Rural

Siga o Compre Rural no Google News e acompanhe nossos destaques.
LEIA TAMBÉM