Pecuarista “estala o chicote” e pede R$ 340/@, vai disparar

As indústrias agora estão buscando estabelecer estratégias de compra e o pecuarista “estala o chicote” e pede R$ 340/@. E você, ainda vai vender boi esse ano?

O cenário atual é de oferta restrita de animais terminados e o retorno da China. Esses fatores acabou anulando de vez a pressão de baixa na arroba, revertendo para uma tendência altista nos preços da boiada gorda, apontam as tendências para o fim de ano pecuário. As indústrias agora estão buscando estabelecer estratégias de compra e o pecuarista “estala o chicote” e pede R$ 340/@!

Do lado de dentro das porteiras, parte dos pecuaristas já se afastou das vendas neste ano, relatando que deve voltar a negociar apenas no início de 2022. Dessa forma, com a chegada das festividades de final de ano e o aumento do poder de compra do consumidor, os preços da arroba tendem a ter uma nova disparada para o curto prazo, dizem analistas!

Fechamento da Semana

O pecuarista brasileiro tem um novo motivo para comemorar o final de ano e um aprendizado com a retomada das exportações para China. O preço do Indicador do Boi Gordo/CEPEA, apresentou uma nova valorização nas cotações dessa semana com um fechamento fazendo a arroba saltar de R$ 311,20/@ para o valor de R$ 318,85/@comparação em relação a última sexta-feira. Veja o gráfico!

Segundo o app da Agrobrazil, os preços na praça paulista estão variando de 310,00/@ a R$ 330,00/@. A melhor negociação, informada nesta quarta-feira, ficou para Morada Nova de Minas/MG, com preço pago de R$ 330,00/@ na boiada gorda, com pagamento à vista e abate no dia 20 de dezembro.

Em São Paulo, o valor médio para o animal terminado apresentou uma média geral a R$ 321,70/@, na sexta-feira (17/11), conforme dados informados no aplicativo da Agrobrazil. Já a praça de Goiás teve média de R$ 311,86/@, seguido por Mato Grosso Sul com valor de R$ 316,38@. E em Mato Grosso, a média fechou cotada a R$ 317,97/@.

Os poucos negócios reportados nesta sexta-feira, diz a IHS, tiveram como objetivo fechar lacunas nas escalas de abate das indústrias. “Porém, já há relatos de que houve aquisições visando a produção de novos lotes à China”, informa a IHS.

“O mercado está comprador e negócios acima da referência são especulados”, afirmam os analistas da Scot.

Os pecuaristas, por sua vez adotam uma postura de retração, considerando a expectativa de preços mais altos no curto prazo. As escalas de abate pouco avançaram desde quarta-feira, quando houve a confirmação da retomada das compras chinesas

China segue voraz pela carne brasileira

Na avaliação dos analistas da IHS Markit, a reabertura das vendas de carne bovina brasileira ao mercado chinês traz ânimo ao setor pecuário, mas com alguns alertas.

No interior paulista, uma unidade de abate fez a compra de carregamentos de animais para atender o mercado chinês e efetivou negócio a R$ 330/@ (valor bruto e pagamento à vista). Em Nova Andradina, no MS, também foram registrados vendas a R$ 320/@ para machos terminados e a R$ 310@/@ para novilhas, ambos valores bruto e pagamento no prazo de 30 dias, para abates dias 27 e 29 de dezembro.

Em outras praças, as altas nos preços visaram estimular o surgimento de oferta de animais para concluir abates, relata a IHS. Segundo a IHS, a disparidade entre os preços de compra e venda cresceu forte em função da “queda de braços” que se instaurou no mercado pecuário, entre pecuaristas e os frigoríficos.

Escala boa, mas nem tanto

  • Em São Paulo, as indústrias fecharam a sexta-feira com 10 dias úteis já programados, queda de 2 dias no comparativo semanal.
  • Os frigoríficos goianos e rondonienses fecharam a semana com 8 dias úteis escalados, em Goiás as escalas recuaram em 1 dia e em Rondônia avançaram 5 dias, ante a semana passada.
  • Em Mato Grosso, Tocantins e Minas gerais os abates estão programados para 7 dias úteis, com as indústrias mato-grossenses recuando em 1 dia as suas programações, as tocantinenses avançando 1 dia e as mineiras recuando 1 dia, no comparativo entre as semanas.
  • Os frigoríficos sul-mato-grossenses tiveram as suas escalas reduzidas na média de 3 dias frente a semana passada, se encontrando com 6 dias úteis programados.

Pecuarista não ofertará boi barato

Fim de ano chegou e, com certeza, o pecuarista segue com um custo de produção bem arrochado da porteira para dentro. Além disso, o mercado futuro aponta para uma maior demanda pela matéria-prima e mercado consumidor crescendo, elevando assim os preços dos contratos.

Diante deste cenário, parte dos pecuaristas já fala em negociar os animais apenas por valores próximos ao de R$ 340,00/@. Alguns já até deixaram o mercado neste ano, dizendo negociar lotes apenas em 2022, aproveitando a qualidade das pastagens e uma alavancada dos preços com a demanda chinesa crescendo ao longo das próximas semanas.

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