Por que os preços atuais e futuros do milho estão tão altos?

Esta baixa oferta se dá tanto porque a área colhida na Safra de Verão de milho é bem menor do que na safrinha – já que muitos plantam soja na safra.

No segundo semestre de 2020 vimos os preços dos grãos dispararem, atingindo patamares nunca vistos antes. No início deste ano, também acompanhamos a queda no preço da soja devido ao aumento da oferta advinda da colheita do grão, porém o milho continuou subindo e, em abril, já atingiu R$96,4/Sc, superando em 6,8% o pico de novembro de 2020 — R$90,3/Sc.

O cenário fica ainda mais acentuado quando vemos os preços futuros do milho – que atingiram R$102/Sc no contrato para maio e R$97/Sc nos papéis para junho e julho – afligindo ainda mais os compradores da commodity. Por isso, nesta semana explicaremos os motivos pelos quais o preço do milho não para de subir.

O primeiro ponto – e que diz mais respeito sobre os preços atuais – se dá pela baixa oferta do produto atualmente no país. Esta baixa oferta se dá tanto porque a área colhida na Safra de Verão de milho é bem menor do que na safrinha – já que muitos plantam soja na safra, quanto porque os produtores de milho estão segurando o produto. E por que esta escolha pelos produtores? Bom, para responder a pergunta é necessário entender o balanço de oferta e demanda de milho.

A produção mundial de milho em 19/20 foi de 1.116,5 mi de ton. Para 20/21, espera-se 1137,1 mi de ton. No Brasil, o plantio da safrinha – já finalizado na região Centro-Sul do país – contou com uma área 6% maior do que na safrinha de 2020. Com uma maior área, a produção também será maior.

Porém, houve uma quebra na expectativa dessa produção – anteriormente, a expectativa era de uma produção ainda maior do que a que se prevê atualmente. A quebra se deu pelas adversidades climáticas que atingiram – e que continuam atingindo – o Brasil, além do atraso na colheita da soja que, por consequência, também atrasou o plantio da safrinha. Se as condições climáticas continuarem a prejudicar a lavoura, o impacto deve ser ainda maior.

Do outro lado, temos a demanda mundial crescendo continuamente: estima-se que o consumo mundial deva aumentar de 1.134,6 para 1.156,2 mi ton em 2021 – sendo puxada principalmente pelo setor de alimentação animal. Colocando na conta o estoque inicial e as importações de milho, temos que o estoque final de milho deve cair de 303 para 289 milhões de toneladas neste ano.

Portanto, temos um aumento da produção mundial e no Brasil, porém seguido por um aumento na demanda mundial de milho. Assim, mudanças na expectativa de produção para baixo, com perspectivas de que a demanda seja ainda maior, apertam um mercado já pressionado, gerando preocupação.

Além disso, fatores como o aumento dos fretes no Brasil e as instabilidades climáticas nos EUA e em outros países da América do Sul também geram insegurança no mercado. Todo este contexto impulsiona os preços da commodity para cima, agora e no mercado futuro!

Entender o contexto do mercado é essencial para obter uma visão mais efetiva deste e, com isso, conseguir se planejar e tomar decisões mais assertivas para sua fazenda.

Fonte: Milk Point

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