Preço do boi cai R$ 2/@ e frigoríficos “comemoram”

Enquanto isso, do outro lado, os pecuaristas se preocupam com o avanço dos custos de produção e temem não conseguirem boas margens na atividade!

O mercado físico de boi gordo registrou preços de estáveis a mais baixos nesta terça-feira, 24, com uma grande desvalorização dos preços nas praças paulistas. Os animais com padrão exportação ainda são mais bem remunerados, chegando a apresentar um ágio de até R$ 10/@ em relação aos animais destinados ao mercado interno.

Aproveitando o momento, os frigoríficos ainda sinalizam para uma posição bastante confortável em suas escalas de abate e, com isso, pressionam os preços de forma negativa. Enquanto isso, do outro lado, os pecuaristas se preocupam com o avanço dos custos de produção e temem não conseguirem boas margens na atividade!

Segundo a Scot Consultoria, em seu relatório diárioCom um cenário de boa oferta e escalas de abate relativamente confortáveis, os frigoríficos paulistas abriram as compras derrubando a cotação em R$2,00/@ para o boi gordo, e R$1,00/@ para a novilha gorda. O boi gordo ficou cotado em R$313,00/@ e a novilha gorda em R$307,00/@, preço bruto e a prazo.  

Em São Paulo, o valor médio para o animal terminado apresentou uma média geral a R$ 311,92/@, na terça-feira (24/08), conforme dados informados no aplicativo da Agrobrazil. Já a praça de Goiás teve média de R$ 303,98/@, seguido por Mato Grosso Sul com valor de R$ 308,91/@.

Ainda segundo o aplicativo, a maior queda ocorreu no estado de Mato Grosso, onde a média móvel teve uma desvalorização diária de 11,12% e fechou o dia de ontem cotado a R$ 295,45/@. Já no sul mato-grossense, pecuarista comercializa animais de R$ 323,00/@, maior valor para o país.

O Indicador do Cepea apresentou desvalorização no fechamento de ontem e os valores saltaram de R$ 313,75/@ para o patamar de R$ 313,00/@, uma queda de 0,75% na comparação diária. O valor do Indicador teve um recuo de R$ 6,00/@ quando comparado com o valor médio de 30 dias atrás.

Na avaliação da IHS, a retração do consumo doméstico de carne bovina dita o ritmo do mercado do boi gordo, colocando em evidência – mais mais uma vez –  a influência das exportações no comportamento atual dos preços da arroba bovina, que seguem em patamares elevados, apesar da pressão de baixa imposta pelas indústrias frigoríficas.

Mercado Futuro

No mercado futuro, os preços do boi negociados na B3 registram quedas em quase todos os contratos, refletindo as prolongadas escalas de abate dos frigoríficos, em consonância com o menor ritmo das vendas da carne bovina no atacado nesta fase final do mês.

Os papeis com vencimento em outubro/21 e novembro/21 recuaram, respectivamente, R$ 0,65 e R$ 1,50, para R$ 313/@ e R$ 318,60/@. O contrato de vencimento mais curto apresentou variação positiva de R$ 1,40, permanecendo em linha com os preços praticados no mercado físico de São Paulo.

Exportações

Por outro lado, as exportações de carne bovina apresentam ótimo
desempenho. O Brasil ganhou mercado no decorrer do ano com as diretrizes adotadas pelo governo da Argentina somado aos problemas do rebanho de bovinos na Austrália.

Até a terceira semana de agosto foram embarcadas 130,44 mil toneladas de carne bovina in natura. O embarque médio diário foi de 8,69 mil toneladas, incremento de 11,9% frente ao mesmo período de 2020 (7,77 mil toneladas). O preço médio da tonelada ficou em US$5,66 mil, alta de 41,3% no mesmo período (Secex).

Giro do Boi Gordo pelo Brasil

  • Com isso, em São Paulo, a referência para a arroba do boi ficou em R$ 314 na modalidade a prazo, estável.
  • Em Goiânia (GO), a arroba teve preço de R$ 304, estável.
  • Em Dourados (MS), a arroba foi indicada em R$ 315, ante R$ 316 na segunda-feira.
  • Em Cuiabá, a arroba ficou indicada em R$ 306, contra R$ 307 a R$ 308.
  • Em Uberaba, Minas Gerais, preços a R$ 316 a arroba, estáveis.

Atacado

Já no mercado atacadista, os preços da carne bovina seguem firmes. O
ambiente de negócios ainda sugere por menos espaço para reajustes até o
período de virada de mês. Durante a primeira quinzena de setembro o quadro muda de figura com maior espaço para reajustes, em linha com a entrada dos salários na economia motivando a reposição entre atacado e varejo. A carne de frango tende a seguir com a predileção entre os consumidores no Brasil, algo compreensível na conjuntura econômica.

O quarto traseiro segue precificado a R$ 21,25, por quilo. Quarto dianteiro ainda é cotado a R$ 16,90, por quilo. Ponta de agulha segue no patamar de R$ 16,90, por quilo.

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