Produtor de milho gaúcho já contabiliza perdas na lavoura

Maior produtor de milho do Estado, o município de Palmeira das Missões registra perdas de 50% a 60% nas áreas não irrigadas, diz o presidente do sindicato rural

Assolada pela estiagem prolongada, a safra gaúcha de milho será marcada por quebra pelo terceiro ano consecutivo. Na região Noroeste do Estado, a Associação dos Produtores de Milho do Rio Grande do Sul (Apromilho-RS) estima perdas de 40% da produção. No restante do Estado, os prejuízos nas lavouras afetadas variam de 30% a 70%, segundo o presidente da entidade, Ricardo Meneghetti. A colheita inicialmente projetada para o Estado era de 6 milhões de toneladas do cereal.

A falta de chuva não poupou nem as áreas irrigadas. “Agricultores estão intercalando a irrigação entre uma lavoura e outra, racionando a água”, relata Meneghetti. “Fizemos todo um trabalho dentro do Programa Pró-Milho, que é para incentivar a produção, mas estamos tendo dificuldades com o clima”, destaca. Segundo Meneghetti, a tendência é que, à medida que as prefeituras decretarem estado de emergência devido à estiagem, os agricultores comecem a apresentar pedidos de indenização ao Programa de Garantia da Atividade Agropecuária (Proagro).

Maior produtor de milho do Estado, o município de Palmeira das Missões registra perdas de 50% a 60% nas áreas não irrigadas, diz o presidente do sindicato rural, Hamilton Jardim. Segundo ele, a situação é mais dramática nas lavouras semeadas no cedo, que sofreram com a falta de chuva na fase de floração. Nestas, a crise hídrica comprometeu 80% da produção. “Se não houver chuva nos próximos dias, as lavouras de sequeiro serão totalmente inviabilizadas”, alerta Jardim.

O presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Não-Me-Toque, Maiquel Junges, diz que em muitos municípios 90% das lavouras estão perdidas. Ibirubá, Selbach, Quinze
de Novembro, Alto Alegre, Boa Vista do Incra e Fortaleza dos Valos, por exemplo, estão há 60 dias sem chuva, segundo ele.

A falta de chuva também atrasou a semeadura da soja na região, que só foi feita em 10% da área de cultivo prevista. A preocupação dos produtores é que o período de plantio indicado no zoneamento agrícola para a soja se encerra em 31 de dezembro. “Estamos pedindo ao governo federal para rever o prazo, para que, se o plantio não for feito até lá, o produtor possa ter cobertura de seguro e Proagro”, explica Junges. (Correio do Povo)

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