A CAPADR, da Câmara dos Deputados aprovou, o Projeto de Lei (PL 3887/23) que permite contratos de arrendamento rural com cláusula de pagamento em quantidade fixa de produtos; Entenda o que muda
A Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural (CAPADR) da Câmara dos Deputados aprovou, o Projeto de Lei (PL 3887/23) que permite contratos de arrendamento rural com cláusula de pagamento em quantidade fixa de produtos, conforme os costumes locais. A proposta altera o Estatuto da Terra e traz mais flexibilidade para os contratos entre arrendatários e arrendadores. A lei determina que o preço do arrendamento seja fixado em dinheiro.
O relator do projeto na CAPADR, deputado e membro da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), Rodolfo Nogueira (PL-RS), que foi favorável à proposta, destacou a importância do projeto e afirmou que é um tema que merece apreço e consideração.
O relator ressaltou que a legislação atual, datada de 1964, não acompanhou as mudanças no setor agropecuário, altamente dinâmico e sujeito a flutuações nos preços das commodities agrícolas. “As mudanças econômica, climática e geopolítica são a motriz da definição do preço da produção agrícola no mercado”, ressaltou o parlamentar.
A lei atual determina que o preço do arrendamento seja fixado em dinheiro. O autor do projeto, deputado Junio Amaral (PL-MG), afirma que a regra em vigor não leva em conta a oscilação do preço das commodities. “Em época de baixa, o arrendatário sai prejudicado”.
“As permanentes variações dos preços das commodities agrícolas geram com frequência, nos contratos cujos preços são definidos em ‘quantia fixa de dinheiro’, desequilíbrio considerável”, disse.
Rodolfo Nogueira explica que a regra vigente, que permite o pagamento em produtos ao invés de dinheiro, muitas vezes prejudica os arrendatários de terras, especialmente diante das variações que impactam os preços da produção. Ele citou o exemplo da soja, cujo preço variou significativamente em um curto período.
“É fundamental que as leis sejam atualizadas para acompanhar as mudanças na sociedade e no mercado agrícola, para atender aos contratos de arrendamento e garantir condições mais justas para os envolvidos”.
“Isso traz segurança jurídica para ambos os contratantes”, afirma Amaral.
Agora o projeto segue para análise, em caráter conclusivo, na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania da Câmara dos Deputados.
Justificativa do projeto
A Lei nº 4.504/64, conhecida como Estatuto da Terra, é um marco nas diretrizes da exploração da terra, de forma direta ou indireta, estabelecendo as principais normas relativas ao uso dos imóveis rurais, determinando, dentre outras, as condições minimamente exigidas para o regular desenvolvimento dos
contratos de arrendamento rural.
Frise-se que a Lei mencionada é datada de 1964 e, mesmo diante de singelas alterações legislativas relativamente recentes, não acompanha a dinâmica mercadológica, nacional e internacional, das commodities agrícolas, cuja flutuação diária independe da vontade das partes, vez que fatores macro e
microeconômicos, climáticos e geopolíticos são o motriz da definição do preço da produção agrícola no mercado.
Nesse sentido, as permanentes variações dos preços das commodities agrícolas geram com frequência, nos contratos cujos preços são definidos em “quantia fixa de dinheiro”, desequilíbrio considerável, trazendo, em especial à parte hipossuficiente, incapacidade financeira para cumprir o contrato de arrendamento, com consequências que não se restringem tão somente às partes contratantes, mas também reflexos nos contratos bancários de financiamentos agrícolas – liderados pelo fomento agrícola do conhecido Plano Safra -, no mercado de trabalho ante demissões de trabalhadores rurais e em toda a da cadeia produtiva da commodity afetada.
Outro impacto negativo para os contratos de arrendamento estabelecidos em quantia fixa de dinheiro é o crescente volume de processos judiciais diante das recentes oscilações, os quais poderiam ser evitados caso as partes tivessem permissão para definir o preço em quantidade fixa de frutos ou produtos, conforme os costumes locais, tendo em vista que, nessa hipótese, se contempla a teoria da imprevisibilidade, trazendo segurança jurídica para ambos os contratantes.
Como exemplo, verifica-se a volatilidade dos valores das commodities agrícolas, a mencionar o caso da soja, em matéria que veiculou que no período do final de 2022 e março de 2023 tal produto caiu 16,6%, com o preço da saca variando entre R$184,4 e R$153,8.
Quer ficar por dentro do agronegócio brasileiro e receber as principais notícias do setor em primeira mão? Para isso é só entrar em nosso grupo do WhatsApp (clique aqui) ou Telegram (clique aqui). Você também pode assinar nosso feed pelo Google Notícias
Não é permitida a cópia integral do conteúdo acima. A reprodução parcial é autorizada apenas na forma de citação e com link para o conteúdo na íntegra. Plágio é crime de acordo com a Lei 9610/98.
Angus com Boran: vale a pena apostar nesse cruzamento?
Analisamos os números por trás do cruzamento que promete unir o marmoreio do Angus à resistência genética do Boran. Com bezerros de 28kg ao nascer e sêmen a R$ 50, a conta fecha?
Continue Reading Angus com Boran: vale a pena apostar nesse cruzamento?
Conab: Restrição hídrica impacta produção de cana estimada em 666,4 milhões de toneladas na safra 2025/26
Boletim da Conab mostra que condição desfavorável foi registrada principalmente no Centro-Sul do país durante fase de desenvolvimento das lavouras ainda em 2024 e parte de 2025.
Proibição da exportação de gado vivo acende alerta na pecuária e trará grande prejuízo
Embora a proibição da exportação de gado vivo seja defendida por grupos que buscam maior industrialização no país, a proposta pode reduzir a receita da cadeia pecuária, afetar empregos e enfraquecer a reposição, segundo análises de mercado.
Haddad reafirma objetivo do governo de colocar ordem nas contas
De acordo com o ministro Fernando Haddad, as críticas de que o governo não cumprirá suas metas seriam “um delírio”.
Continue Reading Haddad reafirma objetivo do governo de colocar ordem nas contas
Nota Oficial: Aprosoja MT celebra decisão do STF em defesa do produtor rural
A decisão da Suprema Corte é um marco importante ao reconhecer a validade da lei aprovada pelo Estado de Mato Grosso.
Continue Reading Nota Oficial: Aprosoja MT celebra decisão do STF em defesa do produtor rural
Conheça Don Shady Diego, o garanhão mais pontuado da história do Portal Vaquejada em sua categoria
Filho de uma lenda do quarto de milha, Don Shady Diego construiu uma trajetória vitoriosa nas pistas de vaquejada, quebrando recordes de pontuação e consolidando-se como referência na categoria Amador. Hoje, seu legado permanece vivo tanto nos livros de história do esporte quanto na produção de novos campeões.





