Reino Unido e ONU financiarão quem não desmatar o Cerrado

A Responsible Commodities Facility, com foi batizado o programa, tem por objetivo oferecer linhas de crédito para produtores de soja e milho no Brasil .

Um programa de financiamento para commodities sustentáveis, lastreado por bônus “verdes” e idealizado para ajudar agricultores brasileiros e evitar o desmatamento do Cerrado, está sendo lançado hoje em Londres.

A Responsible Commodities Facility, com foi batizado o programa, tem por objetivo oferecer linhas de crédito para produtores de soja e milho no Brasil que se comprometam a evitar o desmatamento e a usar terras de pastagens degradadas.

O programa, que é financiado pelo governo do Reino Unido e pela Organização das Nações Unidas (ONU), vai ser administrado pela empresa de finanças ambientais Sustainable Investment Management (SIM), criada por especialistas das áreas bancária, de negociação de commodities e de financiamento a iniciativas ambientais.

A SIM vai organizar o lançamento dos bônus verdes ao longo dos próximos quatro anos e estima-se que o programa resultará na produção de cerca de 180 milhões de toneladas de soja e milho “responsável”, no valor de US$ 43 bilhões, nos primeiros dez anos. A primeira emissão de bônus, no valor de US$ 300 milhões, está planejada para a temporada de plantio de 2020.

A demanda cada vez maior por soja poderia resultar na conversão para o plantio do grão de mais de 6 milhões de hectares do Cerrado brasileiro nos próximos dez anos. Agricultores, tradings de commodities e empresas de alimentos têm buscado formas de evitar o desmatamento do Cerrado sem privar os agricultores de renda potencial.

“A Responsible Commodities Facility é uma oportunidade para o mercado garantir aumento da produção sem contribuir para o desmatamento de terras, que provoca a perda de habitats naturais e de biodiversidade e resulta em emissões de gases causadores do efeito estufa”, disse o executivo-chefe da SIM, Pedro Moura Costa.

O país se comprometeu a reduzir as emissões de gases em 43% até 2030, e quase 90% dessa redução deverá vir da queda do desmatamento, embora os mecanismos de financiamento existentes não sejam suficientes para ajudar no cumprimento dessa meta, de acordo com a SIM.

A linha de crédito pretende proteger ou recuperar 1,5 milhão de hectares de habitat natural no Cerrado, levando a uma redução nas emissões de dióxido de carbono estimada em 250 milhões de toneladas.

Fonte: Valor Econômico.

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