Seremos inundados pelo leite em pó internacional?

Caem taxas antidumping sobre leite em pó da União Europeia e Nova Zelândia, medida afetará os mais de 1 milhão de produtores brasileiros?

O governo retirou as tarifas antidumping que incidiam sobre as importações de leite em pó da União Europeia e da Nova Zelândia há 18 anos e cujo prazo de validade vencia nesta quarta-feira (06/02).

Na decisão, publicada na edição desta quarta (6/2), do “Diário Oficial da União”, a Secretaria Especial de Comércio Exterior e Assuntos Internacionais do Ministério da Economia argumenta que resolveu “encerrar” a medida antidumping “uma vez que não houve comprovação da probabilidade de retomada de dumping nas exportações (…) e do dano à indústria doméstica decorrente de tal prática, no caso de extinção da medida antidumping em questão”.

“Já temos muitos problemas com o leite em pó procedente dos países vizinhos do Mercosul, principalmente Argentina e Uruguai, e que, de certa forma, causam transtornos a nossa cadeia produtiva”, observou o dirigente da Associação Brasileira dos Produtores de Leite, Geraldo Borges.

Caso de fato o Brasil suspenda as taxas antidumping, produtores de leite do país temem que UE e Nova Zelândia tenham passe livre para “inundar” o mercado doméstico de leite em pó. Ontem, o secretário-executivo do Ministério da Agricultura, Marcos Montes, disse que a Pasta estava fazendo gestões junto ao Ministério da Economia para tentar manter as tarifas.

Posição da Frente Parlamentar da Agropecuária

O presidente eleito da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), deputado federal Alceu Moreira, informa que a bancada já estuda alternativas com o objetivo de minimizar os impactos da suspensão da taxa de antidumping para o leite da União Europeia e da Nova Zelândia – que figuram entre os maiores exportadores do mundo.

De acordo com a Associação Brasileira dos Produtores de Leite (Abraleite), o Brasil possui 1 milhão e 170 mil propriedades rurais dedicadas à pecuária leiteira. A decisão, segundo a entidade, pode trazer graves prejuízos a pequenos, médios e grandes produtores, cooperativas e pequenos laticínios.

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