Sindilat pede revogação de alívio tributário ao whey protein importado

O Brasil compra whey protein principalmente dos Estados Unidos e da Argentina, que respondem por 53% e 36% do volume das importações, respectivamente.

Em ofício ao Ministério da Agricultura, o Sindilat/RS diz que a decisão de desonerar a importação do whey protein vai gerar “severos prejuízos” à cadeia produtiva nacional, com impacto sobre os preços do queijo e sobre o valor pago aos produtores de leite.

“A decisão vai gerar reflexos nos trabalhadores das indústrias e nos produtores de leite, além de sepultar a possibilidade de novos investimentos dessa linha de produtos no país, que representa o maior grau de industrialização e tecnologia aplicada a atividade”, diz o documento. De acordo com a entidade, desde 2014, os investimentos na construção de plantas industriais e na incorporação de tecnologia importada para produção de whey protein foram de mais de R$ 1 bilhão só no Rio Grande do Sul.

A proposta de concessão de crédito presumido é para a compra nacional de soro de leite fluido produzido no Brasil destinado ao uso direto na produção de whey protein ou lactose. O processo de industrialização do soro para obtenção do suplemento gera, necessariamente, a lactose, e por isso a inclusão do produto no pedido, explicou o Sindilat.

O Brasil compra whey protein principalmente dos Estados Unidos e da Argentina, que respondem por 53% e 36% do volume das importações, respectivamente. “Conceder tratamento tributário privilegiado à produção importada significa inviabilizar a produção local de um dos produtos de maior valor agregado do segmento lácteo, gerando profundos impactos na rentabilidade de toda a cadeia”, completou a entidade.

No início desta semana, a presidência da República encaminhou o assunto ao Ministério da Economia e à Secretaria de Governo, após o deputado federal Jerônimo Goergen (PP-RS) solicitar explicações e alertar para os riscos econômicos da desoneração do whey protein importado.

Fonte: Valor Econômico
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