Suspeitos de fraudar classificação de cargas de grãos são presos pela PC

A GCCO instaurou um procedimento para apurar indícios de fraudes identificadas no processo de classificação de grãos na unidade da empresa de agronegócio.

Uma investigação da Polícia Civil de Mato Grosso, por meio da Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO), identificou e prendeu três funcionários terceirizados de uma multinacional de agronegócio que estavam fraudando a classificação de grãos comprados pela empresa. Os três foram presos nesta terça-feira (11.10), em Lucas do Rio Verde, e autuados em flagrante por estelionato e associação criminosa.

A GCCO instaurou um procedimento para apurar indícios de fraudes identificadas no processo de classificação de grãos na unidade da empresa de agronegócio, em Lucas do Rio Verde. Conforme a apuração, classificadores, contratados de forma terceirizada, estavam fraudando o processo, trocando amostras de grãos e durante a classificação não eram observadas as normas técnicas da empresa.

Crédito: Polícia Civil-MT

Na sede da multinacional, os policiais civis conseguiram apurar o modo como três classificadores agiam e toda a ação foi registrada por câmeras de segurança.

Crédito: Polícia Civil-MT

As cargas que tiveram a classificação fraudada saíram de uma empresa em Sorriso. Nesta terça-feira, a equipe da GCCO acompanhou o processo de classificação de grãos em tempo real e constatou a fraude em mais uma leva de classificação, em que os três funcionários atuavam.

O trio foi abordado e os caminhões de grãos que passaram pelo processo classificatório, conduzido pelos suspeitos, foram enviados para uma nova classificação realizada por uma empresa certificadora, que confirmou a fraude.

Em entrevistas aos policiais da GCCO, um dos funcionários responsáveis pelas fraudes disse receber até R$ 800,00 por carregamento e repassava aos demais. Um dos suspeitos disse que o esquema era coordenado pelo colega, de 46 anos, que também foi preso e era a pessoa que mantinha contato com algum classificador de grãos na origem, na empresa em Sorriso.

Todos os caminhões tiveram amostras analisadas para avaliar percentuais de impureza, fermentação, avarias e umidade e apresentaram diferenças entre os valores detectados na empresa de origem e na empresa de destinação, em Lucas do Rio Verde.

Um dos exemplos das amostras avaliadas foi a classificação de umidade, que em um caminhão deu percentual de 10,10%. Na nova avaliação, feita pela empresa certificadora e acompanhada por um perito nomeado, o percentual saltou para 13,50%. Outra amostra, de grãos fermentados quando o caminhão chegou à empresa, o percentual foi de 16,30%, enquanto que na nova avaliação esse número passou para 38,60%.

Os três funcionários foram encaminhados à Delegacia da Polícia Civil em Lucas do Rio Verde, onde foram autuados e presos em flagrante. A ação investigativa contou com apoio da delegacia do município. 

A investigação da GCCO prossegue para identificar se há outras pessoas envolvidas no esquema criminoso.

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