Traders redirecionam café que iria para Rússia

A corretora estima que a guerra em curso na Ucrânia levará a uma redução da demanda de cerca de 1,3 milhão de sacas de 60 kg

Traders estão desviando embarques de café que inicialmente deveriam ir para a Rússia, e alguns pararam completamente de vender para o mercado russo, disseram participantes de uma conferência do segmento de café nos Estados Unidos.

Embora o comércio de alimentos não esteja incluído nas sanções impostas à Rússia após a invasão da Ucrânia, dificuldades no processamento de pagamentos de importadores russos e preocupações com a segurança dos navios no Mar Negro reduziram os embarques de café e outros produtos para o país.

A Rússia, que chama suas ações na Ucrânia de “operação especial”, está entre os cinco maiores importadores de café do mundo. Consumidores na Rússia estão acumulando alimentos devido a preocupações de que os supermercados fiquem sem suprimentos.

Os preços do café subiram mais de 20% na Rússia devido aos custos mais altos, disse a HedgePoint na semana passada. A corretora estima que a guerra em curso na Ucrânia levará a uma redução da demanda de cerca de 1,3 milhão de sacas de 60 kg.

O trader europeu de alimentos Marex vê um impacto maior na demanda de café, em cerca de 1,8 milhão de sacas.

Olvin Lopez, gerente comercial da exportadora de café Inloher, disse que recebeu instruções de uma parceira de sua empresa, a trading francesa Sucden, para redirecionar um carregamento de café que sai de Honduras com destino à Rússia para o porto de Nova York.

“Eles não disseram por que estão redirecionando a carga, mas provavelmente é por questões logísticas”, disse Lopez durante a SCA Coffee Expo em Boston.

Um trader de café que trabalha para um negociador internacional, que pediu para não ser identificado, disse que a trading ECOM decidiu interromper qualquer negócio com a Rússia enquanto a guerra continua.

Sucden e ECOM não retornaram pedidos de comentários.

Outro trader disse, no entanto, que alguns países continuam a fornecer café à Rússia, notadamente o Brasil, o maior produtor.

Fonte: Reuters

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