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Tuberculose obriga propriedade sacrificar animais

Propriedade é interditada e animais precisam ser sacrificados, entre ovinos e bovinos, contaminação por tuberculose atingiu 70% dos animais

Em uma propriedade rural de Não-Me-Toque (Rio Grande do Sul), 44 animais tiveram que ser destinados para abate sanitário. A determinação ocorreu após ser constatada a contaminação por tuberculose em 70% dos animais deste estabelecimento rural no mês de novembro.

Com isso, a propriedade passou por uma limpeza e desinfecção e foi interditada pela vigilância sanitária por, pelo menos, um ano de vazio sanitário, período que pode ser reduzido em função da qualidade de limpeza e desinfecção.

Conforme a médica veterinária da Inspetoria Veterinária e Zootécnica (IVZ) de Não-Me-Toque, Ketty Cristina Mazzutti, este não é um caso isolado de diagnóstico de tuberculose bovina no estado, o que lhe diferencia das demais situações é o percentual da doença encontrado na propriedade, o que levou a uma medida mais drástica do que as adotadas em outros casos.

“Em geral, a tuberculose tem uma prevalência baixa na propriedade, que gira em torno de 10%. Neste caso de Não-Me-Toque, o que ocorre é que 70% dos bovinos foram identificados com tuberculose. Quando se tem um índice de tuberculose alto e que passa dos 20% é muito difícil conseguir manter os animais negativos na propriedade e também de manter o saneamento, isso porque com o tempo esses animais vão se tornando positivos em função de que a microbactéria está na propriedade ou mesmo não deu tempo de positivar o exame, já que a tuberculose é uma doença crônica e os sintomas demoram a aparecer”, explicou a veterinária.

Após a constatação, foi explicada a situação para o produtor e todo o rebanho presente na propriedade foi enviado para abate no frigorífico. Dos 44 animais, entre ovelhas e vacas, 25 cabeças já foram sacrificadas e o restante dos animais deve ser abatido em janeiro devido ao alto número de abates que são feitos nos frigoríficos neste período do ano – mas dentro do prazo estabelecido por lei. Nestes casos de abate sanitário, a carne não é destinada para consumo.

O dono da propriedade, de 47 anos, conversou com a reportagem do jornal local e afirmou que a inspeção médica dos bovinos é feita regularmente e que ficou surpreso quando o resultado dos exames foi positivo. Ainda não foi determinada uma causa para a infecção dos animais. Segundo a médica veterinária, existe entre 75% a 80% de probabilidade de entrada da doença na propriedade através da introdução de outros animais positivos.

“Um animal positivo ficando na propriedade vai disseminando a doença para os demais. Os outros percentuais correspondem à introdução da doença através de capivaras, com animais silvestres que tenham a doença ou mesmo pelo consumo da água de um riacho de uma propriedade com a doença positiva acima. O fato é que pode ser que essa doença esteja introduzida há mais tempo na propriedade, o que é bastante possível tendo em vista esse grau de positividade tão alto”, explica.

“Indenização é insuficiente”

O produtor rural faz contribuição para o Fundo de Desenvolvimento e Defesa do Saneamento Animal (Fundesa) e receberá três tipos de indenização. Uma pela retirada de animais positivos da propriedade, indenização do Ministério da Agricultura, que é o percentual de um terço do valor do animal e, como teoricamente, o produtor vai ficar um ano sem a produção do leite, ele irá receber um valor por risco alimentar, referente ao que estava produzindo em leite.

Segundo o proprietário, o valor não cobre o custo total do animal e a produção de leite que deixará de ganhar neste período.

“Uma vaca dessas no mínimo iria valer uns R$ 3 mil a R$ 4 mil por cabeça e eu vou ganhar de indenização cerca de R$ 1 mil pelas vacas e pelas ovelhas menos”, avaliou o produtor. Cinco pessoas da família dependem da fonte de renda obtida pela propriedade e os exames de tuberculose de todos deram negativo.

Nathan Schultz via Diário da Manhã

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