Viagens internacionais exigem atenção aos produtos agropecuários

Alguns produtos como frutas, flores, sementes e mel não podem ingressar no país sem documentação sanitária, pois podem apresentar riscos de pragas e doenças. Cães de detecção ajudam a identificar os itens proibidos.

Quem está chegando ao Brasil do exterior deve ficar atento para não ter problemas na hora de entrar no país, pois alguns produtos agropecuários como frutas, flores, sementes e mel não podem ingressar no território nacional sem a documentação sanitária exigida. Isso porque esses itens podem apresentar risco de introduzir pragas e doenças que ameacem o patrimônio agropecuário e ambiental, bem como a saúde da população. 

O coordenador-geral do Sistema de Vigilância Agropecuária Internacional (Vigiagro), vinculado ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Fábio Florêncio Fernandes, ressalta que determinados produtos e insumos de interesse agropecuário necessitam estar em consonância com requisitos fitossanitários, zoossanitários e sanitários previamente definidos pelo Mapa mediante procedimento de controle e fiscalização, para garantir os níveis de segurança sanitária nacional.

Conheça os produtos de interesse agropecuário não autorizados a ingressar no Brasil  sem documentação sanitária, mesmo que acondicionados em embalagem original de fabricação devidamente rotulada e lacrada:

Produtos autorizados

Alguns produtos agropecuários têm a entrada permitida no Brasil, desde que acondicionados em embalagem original de fabricação, com rotulagem que possibilite a sua identificação, devidamente lacrada e sem evidências de vazamento ou violação. Entre eles estão amêndoas torradas e salgadas, bebidas destiladas e fermentadas, sucos, óleos vegetais, geleias e conservas. 

O viajante que deseja ingressar regularmente no país com produtos de interesse agropecuário deve preencher a Declaração Eletrônica de Bens do Viajante (e-DBV) e apresentar à Receita Federal, explica ele.

Cães de detecção

Para reforçar a fiscalização agropecuária e evitar a entrada de produtos proibidos, desde 2015, o Mapa, por meio do Vigiagro, iniciou a utilização de cães farejadores treinados para a detecção em portos, aeroportos e postos de fronteira. Os animais são treinados no Centro Nacional de Cães de Detecção (CeNCD), em Brasília, responsável por operacionalizar a atividade sob a responsabilidade de servidores capacitados para atuarem como treinadores e condutores dos cães. 

De acordo com o chefe do CeNCD, Romero Teixeira, a equipe K9 do Mapa é formada por cinco cães aptos para desenvolver ações em ambientes com grande fluxo de pessoas, como terminais internacionais de passageiros, inspeção de bagagens, encomendas postais, cargas e veículos que ingressam no país. 

O labrador Léo, o mais antigo, atua no Aeroporto Internacional de Brasília. Já o Thor, labrador retriever, atua no Centro de Tratamento de Cartas e Encomendas (CTCE), em Pinhais (PR), e no Aeroporto Internacional de Curitiba, em São José dos Pinhais (PR). 

As duas pastoras belgas malinois, Vamp e Frida, e a golden retriever, Meg, serão encaminhadas para complementar as fiscalizações nos aeroportos de Guarulhos (SP) e Galeão (RJ). No momento, três cães estão em processo de seleção no centro. Os animais foram uma doação do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT). 

Sobre o comportamento dos cães de detecção, Romero destaca que eles precisam ter impulso de caça e uma vontade aguçada de brincar. “Vamp é calma, meticulosa e gosta de farejar lugares mais altos. A Meg é bem carinhosa, tranquila e desempenha as atividades de forma minuciosa. Já a Frida é a mais enérgica de todas, por isso o treinador precisa ter tato para canalizar o foco dela para as ações de faro”, explicou. 

Os cães farejadores do CeNCD recebem alimentação específica para cães de alta performance. Os cuidados de higiene e saúde são diários. Os animais também são atendidos por clínicas veterinárias, completou.   

Treinamento dos animais

Fiscalização de bagagens no aeroporto - Foto: Arquivo/Mapa

Segundo Romero, o treinamento – que dura entre quatro e nove meses – funciona como uma brincadeira para os animais. O treinador utiliza a vontade do cão de brincar e finge que esconde bolinhas (de tênis ou de corda) em caixas com alguns produtos de origem animal e vegetal. O animal é treinado a desempenhar determinado comportamento ao identificar a fonte do odorante de interesse agropecuário. “Para eles, tanto o treino quanto o trabalho é diversão”, explica ele. 

Esses cães são adestrados para reconhecer diversos tipos de odores e o grau de acerto pode chegar a praticamente 100% na detecção de bagagens suspeitas. Os cães farejadores são uma ferramenta móvel que confere agilidade e precisão à fiscalização federal agropecuária realizada pelo Mapa.

Fonte: gov.br 
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