10 boas notícias do agro brasileiro

Há uma verdadeira revolução em curso nas cadeias produtivas do agro, interiorizando o desenvolvimento nacional, escreve Xico Graziano.

Nessa época de guerras e incertezas, o agronegócio brasileiro se mostra um porto seguro para o futuro do país. Sua maior virtude reside na interiorização do desenvolvimento nacional.

Quem puxa esse extraordinário movimento não é aquela agricultura antiga, latifundiária, mas uma nova forma de produção, tecnológica e sustentável. Um modelo tropical de agropecuária.

Selecionei 10 breves e variadas notícias, veiculadas nesses dias, para atestar a força das mudanças em curso nas cadeias produtivas do agro nacional. Eis o resumo delas:

  1. Há uma tendência de os benefícios da riqueza produzida pelo agro se espalharem por toda a economia. O IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) da região Centro-Oeste já é parecido com o da região Sul. Até 2030, a distribuição de renda será mais abrangente no Brasil central que no Brasil litorâneo;
  2. A Rede ILPF (Integração Lavoura, Pecuária e Floresta), liderada pela Embrapa, informa que já foram plantados 17,4 milhões de hectares sob esse protocolo agroambiental. Em 2000 eram só 2 milhões de hectares. A meta é atingir 35 milhões de hectares até 2030, que resultará na redução de emissão de 1 bilhão de toneladas de CO2eq;
  3. A movimentação do mercado biológico (bionematicidas, bioinseticidas, biofungicidas e inoculantes) deve alcançar R$ 6,2 bilhões até 2025, sendo 95% oriundos de fabricação brasileira. Estima-se que os bioinsumos utilizados no controle biológico de pragas venham a produzir uma economia de R$ 165 milhões em pesticidas químicos;
  4. A agricultura brasileira apresentou, de 1975 a 2020, um aumento de cerca de 400% na PTF (Produtividade Total dos Fatores), liderando a evolução tecnológica mundial. O crescimento médio da PTF foi de 3,3% ao ano. O fator “tecnologia” explica 60% do crescimento da produtividade rural, enquanto o fator “terra” responde por 20%, mesma contribuição do fator “trabalho”;
  5. O PIB do agronegócio pode alcançar R$ 2,63 trilhões em 2023, devendo responder por 24,4% do PIB total do país. Dentro do agronegócio, o setor de serviços (42,8%), a agroindústria (23%) e os insumos (5,7%) somam 71,5% do valor, mostrando a supremacia dos ramos de “fora da porteira”. O restante vem da atividade agropecuária propriamente dita, com 28,5% do PIB do agronegócio. O “dentro da porteira” representa quase 7% do PIB do Brasil;
  6. A população ocupada no agronegócio brasileiro somou 28,3 milhões de pessoas no 2º trimestre de 2023. Trata-se de um novo recorde da série histórica, iniciada em 2012. Com isso, a participação do setor agro no total de ocupações do Brasil atingiu 26,9%, no 2º trimestre de 2023;
  7. Resíduos de 27 tipos de agrotóxicos, detectados na água consumida em 210 municípios brasileiros, encontravam-se dentro dos limites considerados seguros pelo Ministério da Saúde. Em Campinas, os resíduos apareceram apenas em redes de abastecimento de condomínios, shoppings e empresas; na rede pública (Sanasa), que coleta água superficial de rios, em região com atividade agrícola intensa, não houve detecção de resíduos. A contaminação não vem do agro;
  8. O agronegócio brasileiro elevou em 50% a busca por profissionais de ESG,  relacionados com as boas práticas ambientais, sociais e de governança. Os cargos mais buscados são diretor-financeiro, head de sustentabilidade e gestor de projetos para eficiência de Carbono.
  9. As startups brasileiras ligadas ao agro captaram US$ 1,3 bilhão em 2022, à frente de países como Israel (US$ 1,2 bilhão) e França (US$ 1,1 bilhão). O número de agritechs ultrapassou 1.700, um crescimento anual de 10%. Destacam-se os negócios focados na agricultura de precisão, com 35,2% dos investimentos; na sequência aparecem startups de robotização (14,2%) e biotecnologia (14,2%).
  10. O Rally da Pecuária registrou crescimento de produtividade bovina de 5,4% ao ano nos últimos 12 anos, considerando-se o ciclo completo, que inclui da produção dos bezerros até a terminação para abate. A média da pecuária tecnológica chegou a 12,9 arrobas por hectare/ano, contra 4,77 arrobas por hectare/ano na média brasileira.

Esses são alguns fatos. Como em todo processo de mudança, há resistências e incertezas. Mas que ninguém duvide: o agro está liderando uma verdadeira revolução que se espalha pelo interior do Brasil.

Ao brilhar o campo, iluminam-se as cidades.

Autor: Xico Graziano

Fonte: Poder 360

ℹ️ Conteúdo publicado por Myllena Seifarth sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira

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