A palavra “leite” em rótulo de produto à base de vegetais será proibido?

Uso indiscriminado de expressões como leite queijo, manteiga e iogurte para produtos de origem vegetal estaria induzindo o consumidor a erro na avaliação nutricional dos alimentos

Projeto foi criado e tem como justificativa que termos como “leite de amêndoas” ou “leite de soja” vêm sendo utilizado de forma equivocada

Uma proposta da presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), deputada Tereza Cristina (DEM-MS), quer proibir a palavra “leite” em embalagens e rótulos de alimentos de origem vegetal.

Segundo o Projeto de Lei 10.556/2018, a descrição deve ser feita somente para os produtos de origem animal, advindos da produção de mamíferos.

De acordo com a parlamentar, o termo vem sendo utilizado de forma equivocada pelo mercado, quando não especifica a origem animal do produto, e o trata como produto de base vegetal, como o leite de amêndoas ou o de soja.

“Ao adquirir um produto de origem vegetal, o consumidor é induzido a acreditar que está consumindo alimento similar ao leite de origem animal quando, na verdade, está ingerindo extratos, sucos e farinhas, que não possuem o mesmo caráter nutricional do leite e dos seus derivados”, ressalta.

A autora da medida esclarece que produtos lácteos, também denominados derivados de leite, como queijo, manteiga, creme de leite e iogurte, não podem ser confundidos com produtos de origem vegetal.

Indústria terá de encontrar outros nomes para produtos derivados de vegetais que imitam lácteos. Foto: Aniele Nascimento/Gazeta do Povo

Exemplo europeu

Tereza Cristina também reforça a importância de o Brasil estar em consonância com regulamentações de outros países. Segundo ela, atualmente, a União Europeia restringe as denominações das palavras “leite”, “soro de leite”, “manteiga”, “nata”, “queijo”, “leitelho” e “iogurte” exclusivamente a produtos lácteos, e não de origem vegetal.

Na justificativa do projeto, a autora cita estudo da Agência Francesa para Alimentos, Meio Ambiente, Saúde Ocupacional e Segurança (Anses), com crianças francesas de até um ano, que são alimentadas com leite vegetal – leite não oriundo de vaca ou fórmulas infantis – como alternativa ao leite materno.

Nesse grupo, foi identificado um maior risco de subnutrição, além de desordens metabólicas.

Brasil: O gigante leiteiro adormecido

Fonte: Canal Rural

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