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Abiec prevê receita recorde nas exportações brasileiras em 2022

Em 2021, os embarques brasileiros atingiram o valor histórico de US$ 9,2 bilhões, um acréscimo de 8,4% sobre o resultado de 2020.

Mesmo ainda sem conquistar os valiosos mercados de importação do Japão e Coreia do Sul (que pagam aos fornecedores mundiais preços bastante atrativos pela proteína), a indústria brasileira da carne bovina comemorou os resultados recordes de exportações obtidos em 2021, após os grandes desafios enfrentados durante o período mais crítico da pandemia da Covid-19.

Em 2021, os embarques brasileiros atingiram o valor histórico de US$ 9,2 bilhões, um acréscimo de 8,4% sobre o resultado de 2020, destaca Antonio Jorge Camardelli, presidente da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (ABIEC), entidade que divulgou nesta terça-feira (2/6) o seu extenso trabalho estatístico sobre o desempenho do setor da pecuária brasileira de corte no ano passado, denominado Beef Report 2022.

Segundo Camardelli, considerando apenas a carne in natura, que correspondeu a mais de 80% do volume exportado em 2021, os valores médios da tonelada embarcada também registraram recorde, alcançando US$ 5.170, uma valorização de 18,2% em relação ao preço médio de 2021.

Na avaliação do presidente da Abiec, os resultados conquistados no ano passado “dão suporte às projeções de que, em 2022, as exportações brasileiras de carne bovina baterão um novo recorde, batendo, pela primeira vez, “um faturamento de dois dígitos”.

Entre os fatores que devem contribuir para esse cenário, relata Camardelli em texto de abertura do Beef Report 2022, está “a retomada das compras chinesas e a perspectiva de abertura de novos mercados em 2022, a exemplo do Canadá”.

Além do mercado canadense, o executivo menciona negociações em andamento com outros gigantes do setor de importação da proteína bovina, como Japão e Coreia do Sul, e também os acordos (já colocados em prática) para reabilitação de plantas brasileiras para exportar para a Rússia.

Porém, entra ano, sai ano, a Abiec vem lutando, em parceria com o governo federal brasileiro, para fechar acordos com os importadores do Japão e da Coreia do Sul, sem que haja, até agora, algum sucesso efetivo e prático nesta empreitada.

Os acordos com a Rússia, que já foi, no passado recente, o principal comprador mundial da carne bovina, também caminham a passos lentos, com apenas algumas plantas brasileiras habilitadas para exportação (imagina-se que os ataques russos à Ucrânia podem retardar ainda tal processo).

Em relação à China, apesar do país continuar comprando a maior parte de toda a carne bovina brasileira exportada ao longo dos primeiros meses deste ano, o mercado pecuário nacional demonstra forte preocupação em relação às ações recentes dos importadores asiáticos, que seguem suspendendo, em decisão unilateral, os embarques de algumas importantes unidades brasileiras de abate.

Faturamento – Em 2021, o movimento do agronegócio da pecuária de corte atingiu valor total de R$ 913,14 bilhões. Esse montante inclui todos os negócios e movimentações relacionados à cadeia, incluindo desde valores dos insumos utilizados na pecuária, passando por investimentos em genética, sanidade animal, nutrição, exportações e vendas no mercado interno.

Sozinho, o setor de insumos e serviços para a produção pecuária atingiu R$ 127,08 bilhões, incluindo nutrição (R$ 21 bilhões), protocolos, materiais e sêmen (R$ 1,54 bilhão) e sanidade animal (R$ 3 bilhões), segundo a Abiec.

O faturamento total da pecuária de corte ficou em R$ 243,18 bilhões, incluindo a movimentação gerada com o abate de bovinos (R$ 192,6 bilhões), entre machos (R$ 108,8 bilhões) e fêmeas (R$ 83,7 bilhões), em números arredondados.

O total do faturamento anual obtidos pelos frigoríficos brasileiros (associados à Abiec) somou R$ 220,12 bilhões, sendo R$ 142,8 bilhões gerados no mercado interno, R$ 49,3 bilhões com as exportações de carne bovina e R$ 7,6 bilhões com os embarques de couro.

Rebanho – Em 2021, o rebanho brasileiro ficou estimado em 196,47 milhões de cabeças, com um abate de 39,14 milhões de cabeças, informa a Abiec.

Até a edição de 2020 do Beef Report, relata a entidade, a quantidade de cabeças no rebanho brasileiro foi divulgada de acordo com a Pesquisa Pecuária Municipal, do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Porém, diz a Abiec, “o comportamento do mercado entre 2019 e 2021 comprovou a inviabilidade da presença de um rebanho acima de 215 milhões de cabeças em território brasileiro, situação que já era frequentemente discutida entre os técnicos especializados em pecuária”. Portanto, continua a associação, “a partir dos dados oficiais do Brasil e de diversos outros estudos conduzidos pela iniciativa privada, cada vez mais se aceita que o rebanho brasileiro esteja mais próximo dos 175 a 180 milhões de cabeças, oscilando até 190 milhões em alguns meses do ano”.

Sendo assim, a partir da edição de 2021 do Beef Report, o rebanho brasileiro passa a ser apresentado de acordo com a seguinte metodologia sugerida por uma consultoria privada, a Athenagro: “rebanho base censo para o ano de 2017, variando em cabeças por município a partir da Pesquisa Pecuária Municipal (IBGE) e, ainda, considerando 50% do total abatido no mercado fiscalizado (sistemas federal, estadual e municipal), obtido também pelo IBGE”

Produção de carne – Em 2021, o volume de carne produzida pelos frigoríficos brasileiros ficou em 9,71 milhões de toneladas carcaça equivalente (TEC). Desse total, 25,51% ou 2,48 milhões TEC foram exportadas, enquanto 7,24 milhões TEC, o equivalente a 74,49% ficaram no mercado interno.

Livre da aftosa – Em 2021, Paraná, Rio Grande do Sul, Acre, Rondônia, partes do Mato Grosso e do Amazonas passam a ter o status de zonas livres de febre aftosa sem vacinação, destaca o relatório da Abiec.

Previsão a longo prazo – No cenário mais conservador, as exportações de carne bovina brasileira ultrapassarão a marca das 3 milhões de toneladas entre 2025 e 2030, estima a Abiec.

Para garantir o atendimento do mercado interno e externo, relata a entidade, a produção brasileira de carne precisará aumentar 35% entre 2020 e 2030. “Esse aumento só será possível com um incremento de 45% na produtividade média da pecuária brasileira”, pondera a Abiec.

Fonte: Portal DBO
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