
Os acidentes ocorridos no Rio Grande do Sul e em Mato Grosso expõem deficiências na segurança dos silos de grãos, destacando os graves riscos enfrentados pelos trabalhadores
Dois acidentes fatais ocorridos nesta semana em diferentes estados brasileiros voltaram a chamar atenção para os perigos enfrentados por trabalhadores do agronegócio, especialmente em estruturas como silos de grãos, onde a falta de segurança pode custar vidas.
No domingo, 4 de maio, uma tragédia abalou a comunidade rural de Candelária, no interior do Rio Grande do Sul. Fabrício Fabiano Moraes, de 34 anos, morreu após cair em um silo de soja na localidade de Pinheiro. Ele estava desempenhando tarefas operacionais quando foi engolido pela massa de grãos. Apesar dos esforços imediatos de colegas e das equipes de resgate, Fabrício já não apresentava sinais vitais quando foi encontrado. A remoção do corpo exigiu horas de trabalho devido ao volume de soja acumulada. O caso está sob investigação da Polícia Civil.
A dor se repetiu apenas dois dias depois, na terça-feira (6), desta vez em Nova Canaã do Norte, a quase 700 km de Cuiabá, Mato Grosso. Lucas Kauan Palhari dos Santos, de apenas 18 anos, morreu após ser atingido por grãos dentro de um silo em uma fazenda da Comunidade Ouro Branco. O jovem ainda conseguiu acionar ajuda, o que permitiu a rápida interrupção da máquina, mas não resistiu aos ferimentos.
Esses episódios evidenciam uma realidade alarmante: a carência de normas rígidas de segurança e fiscalização no ambiente rural. Segundo o Tribunal Superior do Trabalho (TST), há uma enorme dificuldade em obter dados precisos sobre acidentes em estruturas como silos, o que compromete o desenvolvimento de políticas eficazes para a prevenção de tragédias. O crescimento acelerado da agroindústria contrasta com o número limitado de fiscais capazes de monitorar as condições de trabalho no setor.
Entre os acidentes mais comuns em silos estão os chamados engolfamentos — quando o trabalhador é sugado pelos grãos devido ao vácuo criado durante o escoamento — e os soterramentos, como nos casos citados, nos quais grandes volumes de grãos desabam sobre os operários, impossibilitando a fuga.
O uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), o treinamento adequado e a criação de protocolos de emergência são ações mínimas e urgentes para preservar a vida de quem atua na linha de frente da produção agrícola. Em ambientes onde há alta concentração de poeira, risco de explosões e estruturas instáveis, a prevenção deve ser prioridade absoluta.
Escrito por Compre Rural
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ℹ️ Conteúdo publicado pela estagiária Ana Gusmão sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira
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