Agenor Tupinambá é multado pelo Ibama e pode perder Filó, um filhote de capivara

Estudante de agronomia que faz sucesso nas redes sociais é notificado pelo Ibama e recolherá a capitava Filó

Muito conhecido nas redes sociais, Agenor Tupinambá, um amazonense de 23 anos recebeu uma notificação do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) por conta de uma denúncia de maus-tratos sofridos por uma capivara nas redes sociais, além de ser multado em R$ 17 mil. A informação foi publicada pela deputada estadual pelo Amazonas, Joana Darc (União Brasil), segundo ela o Instituto recolherá o animal silvestre, apelidado de ‘Filó’ .

“Ele está sendo perseguido como se fosse um criminoso, sendo que todo mundo sabe que aqui no Amazonas os animais convivem com as pessoas, principalmente no interior. A capivara Filó vive livre no habitat dela, que é o mesmo “habitat” do Agenor.” disse ela em seu Instagram. Ainda segunda a publicação a deputada não deixará isso acontecer.

Agenor também de diz indignado com a situação. “Hoje passei por uma situação que nunca achei que passaria, minha cabeça girou, vomitei, minha garganta fechou. Fui procurado pelo por agentes do Ibama na minha faculdade. Fui notificado e multado por maus-tratos de animais e várias outras coisas. Eu nunca seria capaz de fazer uma coisa dessas” – publicou o estudante de agronomia nas suas redes.

Quem é Agenor Tupinambá?

Agenor mora em uma fazenda em Autazes, no interior do Amazonas. Nas redes sociais, ele mostra parte do dia a dia com todo o companheirismo que divide com “Filó” e outros animais, que também recebem os cuidados do fazendeiro. Entre eles, búfalos, um papagaio, um porco, um mergulhão selvagem, um biguá e um pato mergulhão. A “Filó”, amiga fiel do fazendeiro, entrou na vida dele há cinco meses, de uma maneira inesperada e “triste”, segundo ele.

Agenor Tupinambá é multado pelo Ibama e pode perder Filó, um filhote de capivara
Foto: Arquivo pessoal

Um primo do fazendeiro mora próximo a uma aldeia, onde indígenas costumam caçar para se alimentarem. Na ocasião, eles haviam capturado uma capivara, mas o que eles não sabiam, era que ela estava grávida.

“Eles cortaram a barriga dela, a ‘Filó’ nasceu e conseguiu sobreviver. Os índios deram ela para o meu primo e ele me deu”, disse Agenor, sobre quando passou a oferecer os cuidados e companhia para a pequena capivara em sua casa.

Desde então, o amor entre os dois só aumentou. Apesar de ter perdido a família de sua própria espécie, “Filó” passou a ter um lar e uma família humana junto de Agenor e seus parentes.

Agenor Tupinambá é multado pelo Ibama e pode perder Filó, um filhote de capivara
Foto: Arquivo pessoal

“Ela sempre dormiu comigo. Ela é muito apegada. Com meu cunhado, com meus irmãos. Com todo o carinho que ela recebe da gente, eu acho que ela retribui”, contou Agenor.

“Sou pecuarista. Aqui trabalho com búfalos. Produzo leite de búfalo e queijo coalho. E aí, eu comecei a postar como é o dia a dia, como é a vida aqui no interior do Amazonas. Com esse pensamento, o pessoal não faz ideia de como é ser um ribeirinho, como é viver morar em um flutuante em cima do rio, ter toda essa cultura”, disse.

E a amizade com Filó tem sido sinônimo de sucesso. Nas últimas semanas, por exemplo, a conta do estudante de agronomia no Instagram rompeu a barreira dos 346 mil seguidores. No TikTok, a base de fãs é ainda maior. Na plataforma de origem chinesa, o perfil do jovem amazonense registra 1,3 milhão de seguidores. Independentemente da plataforma, quem acompanha o futuro agrônomo nas mídias digitais vê a dedicação dele à capivara Filó.

Agenor Tupinambá é multado pelo Ibama e pode perder Filó, um filhote de capivara
Foto: Arquivo pessoal

Para o futuro, o vlogger sonha em terminar a faculdade e seguir se dedicando à vida no campo, mantendo os negócios em dia. A vida na web é apenas complementar. “Sempre quis chegar lá, ser reconhecido pelo meu dia a dia e por minha cultura, e sempre quis alcançar o sucesso, ser blogueiro. Não sei o que fazer com tanta gente no meu perfil”, diverte-se.

Nota oficial do estudante de agronomia

Eu cresci no meio do mato e lá nasceu a minha paixão pelos animais. Eu só saio de lá para estudar agronomia na capital, curso que escolhi para poder servi-los ainda mais. De todas as surpresas que a fama na internet me trouxe, eu jamais imaginei que seria acusado de abuso, maus tratos e exploração contra animais. Também fui acusado de matar um animal do qual todos são testemunhas que só dediquei amor e fiz tudo que podia para preservar sua vida. No total, as multas somam mais de 17 mil reais, valor que nunca nem vi na minha vida.

Também fui notificado para retirar os vídeos que tanto expressam o meu amor e entregar a Filó num centro de tratamento animal, sob a acusação de retirá-la do seu habitat natural. Se tem alguém que mora no habitat natural de alguém sou eu, não os animais. Eu abro a janela e lá estão o rio, a floresta e os animais. Eu que estou de passagem nesse lugar. E escolhi ser um guardião e não um criminoso.

Lamento profundamente o que está acontecendo e só eu sei a dor que estou sentindo. Agradeço o apoio da minha família, amigos, seguidores, imprensa e ao suporte jurídico que nunca pensei que precisaria. Com amor, Agenor Tupinambá.

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