Cidade de Ipuaçu, conhecida como a “Capital dos Agroglifos” no Brasil, registra mais uma figura geométrica enigmática em plantação de trigo; fenômeno se repete há 16 anos e movimenta turismo local.
A cidade de Ipuaçu, no Oeste de Santa Catarina, voltou a ganhar destaque nacional após o surgimento de um novo agroglifo em uma plantação próxima ao centro do município. O desenho geométrico foi identificado por moradores na manhã de segunda-feira (3) e confirmado pela prefeitura. Como em anos anteriores, o fenômeno provocou curiosidade, debates e especulações, principalmente entre ufólogos, visitantes e pesquisadores que tentam compreender a origem das figuras.
Trata-se de uma formação geométrica desenhada sobre uma lavoura de trigo, característica desse tipo de fenômeno. Os agroglifos, também conhecidos como crop circles, são círculos e figuras complexas que aparecem misteriosamente em áreas de cultivo, sem que testemunhas afirmem ter observado sua criação. Em Ipuaçu, esses desenhos se tornaram recorrentes e fazem parte do calendário anual de aparições, que costuma ocorrer entre os meses de outubro e novembro.
Segundo a prefeitura, a presença dos agroglifos coloca Ipuaçu entre os principais pontos de observação do fenômeno no mundo, contribuindo para a construção da identidade cultural da cidade e movimentando a economia local através do turismo. “A cidade é reconhecida nacional e internacionalmente por conta desses registros, que se tornaram parte da nossa história”, informou o município.

Ipuaçu tem cerca de 4 mil habitantes e começou a registrar agroglifos em 2008, quando dezenove círculos com até 19 metros de diâmetro foram encontrados na comunidade de Toldo Velho, à margem de uma estrada. O caso chamou atenção da imprensa nacional e atraiu pesquisadores do Brasil e do exterior.
Entre 2009 e 2011, novas aparições foram registradas, consolidando o município como referência no estudo e observação do fenômeno. Após alguns anos de pausa, os agroglifos voltaram a surgir em 2022, 2023 e agora em 2024, sempre mantendo o mesmo padrão de surgimento sazonal.
Para especialistas do campo da ufologia, a repetição anual e a complexidade dos desenhos reforçam a necessidade de investigação científica e técnica, com análises de solo, padrões de dobra das plantas e mapeamento por drones e satélites. No entanto, não há consenso sobre a origem dos desenhos — que para alguns estudos podem ter explicações humanas, enquanto para outros levantam hipóteses de manifestações ainda não explicadas.
O proprietário da área onde o novo agroglifo surgiu decidiu colher o trigo antecipadamente, com o objetivo de evitar grande circulação de visitantes e possíveis danos à lavoura. Em anos anteriores, a busca de curiosos pela área causou amassamento irregular das plantas, impactos no rendimento da colheita e até invasões de propriedade.
A prefeitura reforça que visitas a áreas particulares devem ser autorizadas pelos proprietários e que o interesse pelo fenômeno não pode comprometer a produção agrícola local.
A cada novo agroglifo, Ipuaçu recebe turistas, documentaristas, curiosos e estudiosos, que movimentam restaurantes, hospedagens e o comércio da região. O município, por sua vez, busca equilibrar o incentivo ao turismo com o respeito ao trabalho dos produtores rurais.
Para muitos moradores, os agroglifos já fazem parte da paisagem cultural da cidade — mas o mistério que envolve sua origem permanece vivo ano após ano.
Enquanto não surgem explicações definitivas, Ipuaçu segue como palco de um dos fenômenos mais intrigantes do Brasil.
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