Movimento Agroligadas expande atuação com novo núcleo no interior de São Paulo

A cidade de Fernandópolis acaba de receber o núcleo do Agroligadas; movimento formado por mulheres que atuam no agro com o objetivo de promover a participação feminina no setor

Fernandópolis, no noroeste paulista, sediou na quinta-feira (22) a inauguração do mais novo núcleo do Agroligadas, movimento nacional que já possui 15 unidades em operação no país. O evento, realizado na Secretaria Municipal de Agricultura, reuniu as principais lideranças femininas do setor agropecuário da região.

A programação incluiu palestras de Carina Ayres, secretária de Agricultura de São José do Rio Preto, e de Andressa Biata, cofundadora do movimento, que compartilharam experiências sobre o fortalecimento da participação feminina no agronegócio.

Estiveram presentes no evento várias autoridades e políticos de toda a região noroeste paulista. Inclusive, o secretário de Agricultura e Abastecimento de São Paulo, Guilherme Piai, marcou presença e ressaltou a importância da criação do núcleo para o interior do estado.

O Agroligadas é um movimento formado por mulheres que atuam no agronegócio, com o objetivo de promover a participação feminina no setor, fortalecer a liderança das mulheres no campo e fomentar a troca de conhecimentos e experiências. Criado em 2016, o movimento busca quebrar estereótipos, valorizar o trabalho das profissionais do agro e incentivar a inovação e a sustentabilidade no setor. Por meio de eventos, capacitações e networking, as Agroligadas conectam mulheres de diferentes áreas do agronegócio, mostrando que a força feminina é essencial para o desenvolvimento do campo e da economia brasileira.

Também participou do evento o deputado estadual Itamar Borges, que destacou o papel fundamental das mulheres no agronegócio. “Quando as mulheres se dedicam a alguma atividade, trazem contribuições únicas e essenciais”, afirmou. “Sua sensibilidade, visão estratégica e atenção aos detalhes fazem toda a diferença. Ao integrarmos cada vez mais as mulheres aos processos decisórios e à gestão no agronegócio, garantimos um desenvolvimento mais equilibrado e sustentável para o setor. Meus parabéns a todas as produtoras e profissionais do agro de Fernandópolis!”, completou o parlamentar.”

Itamar ressaltou ainda que a mulher – seja como produtora rural, esposa de produtor ou empresária do agro – tem feito a diferença para a agricultura e para o agronegócio paulista e brasileiro. “Pela sensibilidade que possuem e pelo crescente envolvimento no dia a dia, participando cada vez mais das decisões e da gestão das propriedades. Isso tem promovido uma verdadeira transformação no setor. Portanto, esse movimento vem consolidar e fortalecer ainda mais essas mulheres Agroligadas, que estarão unidas para promover um agro cada vez mais forte”, finalizou o deputado.

Preparar sucessores, não herdeiros, é essencial. A mulher precisa ser capacitada para assumir qualquer posição, inclusive na gestão de propriedades. Venho de uma família italiana tradicional, mas meu pai me apoiou e hoje, como caçula de três irmãos, mostro que a mulher pode ser tão ou mais capaz que o homem no agro. O Agroligadas chegou em ótimo momento para empoderar as produtoras da região, das pequenas às grandes, dando voz e visibilidade ao seu papel crucial na economia familiar e no agronegócio. Como embaixadora do CNMA, trabalho para amplificar essa voz brasileira no mundo” – ressaltou Carina, uma das palestrantes.

Ainda segundo Carina o agro paulista é referência em citricultura, avicultura e fruticultura, e a participação feminina é vital para essa cadeia produtiva. Quando falamos de alimento, falamos de segurança alimentar local, nacional e global. É isso que destacamos recentemente em entrevista ao Estadão com a FAESP e o Secretário de Agricultura [Guilherme Piai].” – finalizou Carina.

Andressa Biata - Agroligadas Fernandopolis
Foto: Marcio Peruchi

Entre os presentes, destacava-se o orgulho de Andressa Biata, cofundadora do movimento e filha de Fernandópolis. “Este núcleo consolida nossa missão de valorizar todo o ecossistema do agronegócio“, afirmou a empresária. “O Agroligadas atua em duas frentes estratégicas: qualificação profissional dentro da cadeia produtiva e diálogo com a sociedade, combatendo desinformação e construindo uma narrativa positiva sobre o setor” – ressaltou Biata.

Nosso trabalho conecta mulheres, fortalece comunidades e incentiva ações concretas. Atuamos com projetos estruturados, adaptáveis a cada realidade local, para impulsionar o agronegócio de forma prática e verdadeira. “Para mim é uma alegria imensa. Eu sou filha de Fernandópolis, sou devota de Santa Rita de Cássia, então hoje para mim é um dia muito especial, sendo o dia de Santa Rita. Lançando esse núcleo aqui eu tenho certeza que será abençoado” – disse ela, emocionada.

Andressa Biata - Cleodelice Aparecida Zonato - Gabi Sartori
Gabi Sartori, Elisangela, Adressa, Cleo e Renata / Foto: Marcio Peruchi

Ações em Fernandópolis e região

O Agroligadas Núcleo Fernandópolis acaba de ser lançado com ações concretas em andamento. Já iniciamos com dois projetos importantes: o “Capacitar para Transformar”, que promove palestras para fortalecer o protagonismo feminino no agronegócio, e a Feira Gastronômica, que valoriza produtoras locais ao expor alimentos e produtos artesanais, incentivando o empreendedorismo e a geração de renda. Essas iniciativas buscam empoderar as mulheres, mostrando como elas podem ocupar espaços no setor e melhorar sua autonomia financeira” – disse Cleodelice Aparecida Zonato Fernandes, coordenadora do movimento.

Ainda segundo ela, em breve, novos projetos ampliarão nosso impacto. “Na Escola Melvin Jones, realizaremos o Circuito Agroligadas e o Dia de Campo, combinando teoria e prática. Além disso, no segundo semestre, teremos cursos, workshops e outras atividades para capacitar ainda mais as mulheres do agro. O movimento está apenas começando, e muitas oportunidades virão para fortalecer a participação feminina no agronegócio regional” – celebrou a coordenadora.

“A comunicação positiva sobre o agro é fundamental – precisamos mostrar as verdades e potencialidades do setor. Nosso primeiro passo será trabalhar com a Secretaria de Educação, levando informações corretas às crianças e desmistificando conceitos errados. Queremos apresentar não apenas a realidade do agronegócio, mas todas as oportunidades que ele oferece, já que somos referência mundial. Depois, focaremos na capacitação das mulheres para fortalecer sua atuação no setor. São três pilares: educação sobre o agro, capacitação feminina e comunicação efetiva” – ressaltou a coordenadora Elisangela Carmo de Souza.

Ela ainda destacou a atuação da mulher no campo, esclarecendo o posicionamento do movimento. “Não somos um movimento feminista, mas sim feminino – acreditamos na complementaridade entre homens e mulheres no agro. A mulher traz uma gestão mais detalhada e focada, essencial para qualquer propriedade rural, que hoje é uma empresa como outra qualquer. Enquanto o homem está envolvido nas atividades operacionais, a mulher contribui com gestão financeira, controle de custos e planejamento. Isso não é sobre tomar espaços, mas sobre somar competências. O agro não é machista – ele valoriza resultados. Cada vez mais vemos espaços para mulheres em feiras e eventos, como pude constatar recentemente na AgriShow. Nosso movimento busca justamente potencializar essa gestão afinada que as mulheres podem oferecer ao setor” – finalizou Elisangela.

Ainda fazem parte da coordenação Renata Domingos Pereira e Gabriela de Souza Sartori.

Quer ficar por dentro do agronegócio brasileiro e receber as principais notícias do setor em primeira mão? Para isso é só entrar em nosso grupo do WhatsApp (clique aqui) ou Telegram (clique aqui). Você também pode assinar nosso feed pelo Google Notícias

Não é permitida a cópia integral do conteúdo acima. A reprodução parcial é autorizada apenas na forma de citação e com link para o conteúdo na íntegra. Plágio é crime de acordo com a Lei 9610/98.

Siga o Compre Rural no Google News e acompanhe nossos destaques.
LEIA TAMBÉM