Ainda não se pode determinar perdas na safra do Rio Grande do Sul

“Ainda não há a dimensão do estrago porque a enchente não secou ainda. A gente não tem ainda a dimensão do grau de comprometimento estrutural e a perda de produto armazenado” – afirma Paulo Bertolini.

Apesar das diversas projeções sobre os danos provocados pela inundação na safra do Rio Grande do Sul, apenas será possível determinar o impacto real quando as águas baixarem e os prejuízos puderem ser avaliados. Isso se deve ao fato de que, conforme relatado por agricultores e algumas consultorias, aproximadamente 70% das safras de soja e arroz já foram colhidas. No entanto, após a colheita, os grãos são armazenados em silos, os quais podem ter sido completamente destruídos pela força das enchentes.

– Ainda não há a dimensão do estrago porque a enchente não secou ainda. A gente não tem ainda a dimensão do grau de comprometimento estrutural e a perda de produto armazenado – afirma Paulo Bertolini, presidente da Câmara Setorial de Equipamentos para Armazenagem de Grão (CSEAG) da ABIMAQ.

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É destacado que a área produtora de arroz foi particularmente afetada pelas inundações, uma vez que geralmente está localizada próxima aos rios, o mesmo ocorrendo com as plantações de soja e milho.

Bertolini observa que as chuvas ocorreram em um momento em que os silos já estavam cheios, visto que a safra de soja estava em sua fase final e a de milho já havia sido armazenada.

– O que foi para armazém e que foi afetado é um prejuízo fabuloso, porque o produtor gastou tudo para produzir, colher, depois gastou pra secar, movimentar, transportar, secar, limpar esse grão e colocar no silo para enchente agora vir e levar tudo. É muito triste.

Além dos impactos da inundação, há relatos de estruturas que podem ter sofrido danos estruturais devido à instabilidade do solo. Portanto, o alerta é para que a população mantenha distância dessas estruturas.

– Uma vez que a água infiltrou em um silo desse com grão, ele tende a absorver essa umidade, inchar, e aí ele exerce um esforço maior de dentro pra fora nesse processo. É um esforço estrutural e é perigoso. Um grão úmido também provoca calor e gera autocombustão. E isso é bastante perigoso.

Segundo ele, se o processo de limpeza dos grãos for realizado de maneira segura, o produto pode ser armazenado por até três anos. Paulo destaca que o Rio Grande do Sul possui uma infraestrutura robusta para armazenamento, com silos em cooperativas, indústrias e propriedades de pequenos produtores.

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ℹ️ Conteúdo publicado por Myllena Seifarth sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira

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