A medida soma-se ao anúncio feito em 14 de novembro, no qual os derivados de cacau — como manteiga, líquor e pó — já haviam sido incluídos na lista de exceções da tarifa.
A Associação Nacional das Indústrias Processadoras de Cacau (AIPC) recebeu com satisfação a atualização publicada na ordem executiva do governo dos Estados Unidos em 20 de novembro de 2025, que confirmou a isenção dos derivados do cacau brasileiro da tarifa adicional de 40% vigente desde 7 de agosto. A medida soma-se ao anúncio feito em 14 de novembro, no qual os derivados de cacau — como manteiga, líquor e pó — já haviam sido incluídos na lista de exceções da tarifa recíproca de 10% aplicada pelos EUA. Com isso, todos os derivados brasileiros passam a estar integralmente isentos das tarifas previstas no chamado Liberation Day, restabelecendo as condições comerciais vigentes antes da imposição dos encargos.
O mercado norte-americano desempenha papel estratégico para o setor de processamento de cacau no Brasil. Historicamente, os Estados Unidos figuram entre os principais destinos das exportações brasileiras de derivados de cacau, especialmente manteiga, líquor e pó, produtos de alto valor agregado e essenciais para a indústria global de chocolates e alimentos. Esse fluxo comercial contribui diretamente para a viabilidade das operações das processadoras instaladas no país, para o uso contínuo da capacidade industrial e para a manutenção de empregos ao longo de toda a cadeia.
Ainda assim, é importante destacar que os efeitos positivos da nova decisão não são imediatos. Desde o anúncio inicial das tarifas, diversos contratos foram suspensos ou cancelados por compradores norte-americanos devido à insegurança regulatória. A retomada desse fluxo comercial demanda tempo: contratos precisam ser renegociados, estoques e programações logísticas devem ser ajustados e os compradores tendem a retomar suas operações gradualmente até que a previsibilidade esteja completamente restabelecida. Portanto, embora a medida seja extremamente positiva e necessária, seu impacto pleno só se sentirá ao longo das próximas semanas e meses.
A AIPC reconhece e valoriza o trabalho diligente do governo brasileiro, em especial dos Ministérios das Relações Exteriores, da Fazenda e da Agricultura, que atuaram de maneira coordenada e técnica para esclarecer os impactos da cadeia produtiva brasileira e demonstrar a relevância do comércio bilateral de cacau e de derivados. O resultado reforça a importância do diálogo diplomático e da articulação institucional contínua.
Seguiremos acompanhando a implementação da nova diretriz. Para o setor de processamento de cacau, a decisão representa uma sinalização clara de confiança e abre caminho para a recuperação gradual do fluxo de exportações aos padrões anteriores às tarifas. Entretanto, o processo de recomposição comercial exige tempo, e a AIPC continuará trabalhando para que essa transição ocorra de forma segura e sustentável para todo o setor.
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ℹ️ Conteúdo publicado por Myllena Seifarth sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira
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