
Alerta de chuva forte é emitido para essa noite: Frente fria avança pelo Sul e traz risco de temporais, granizo e queda acentuada de temperatura; calor extremo persiste no Centro-Oeste e Sudeste antes da virada no tempo
Uma nova frente fria acompanhada de um ciclone extratropical avança pelo Sul do Brasil e promete um início de semana com chuvas volumosas, ventos intensos e queda brusca nas temperaturas. O sistema, que já está formado sobre o oceano Atlântico, não atua diretamente sobre o continente, mas sua influência sobre a circulação dos ventos e o encontro com o ar quente e úmido da região formam o cenário perfeito para tempestades severas entre este domingo (5) e a segunda-feira (6). O alerta, emitido pela Climatempo e confirmado por meteorologistas do Canal Rural.
De acordo com a Climatempo, há potencial elevado para chuva forte, rajadas de vento entre 80 e 100 km/h e até queda de granizo de grande tamanho nos três estados do Sul. O alerta é classificado como de “Perigo”, e a previsão indica que as regiões Oeste, Sul e Campanha Gaúcha serão as mais afetadas. A fronteira do Rio Grande do Sul com o Uruguai deve ser a primeira a registrar os efeitos da frente fria, ainda na tarde e noite de domingo, com temporais localizados e fortes descargas elétricas.
Além dos ventos e das chuvas intensas, a frente fria será responsável por uma acentuada queda de temperatura. Após a passagem do sistema, os termômetros podem marcar menos de 10 °C nas áreas mais elevadas, com risco de geada em pontos isolados da Serra Gaúcha, Serra Catarinense e no sul do Paraná.
Em algumas localidades do sul gaúcho, o acumulado de chuva pode ultrapassar 100 milímetros em 24 horas, o que aumenta o risco de alagamentos, enxurradas e prejuízos ao plantio do arroz. Nas demais regiões do estado, o volume deve variar entre 40 e 50 mm, o suficiente para manter a umidade no solo, mas também causar atrasos em atividades agrícolas.
O meteorologista Arthur Müller, do Canal Rural, reforça que o risco de tempo severo é alto nos três estados, com potencial para granizo, danos em lavouras, interrupções no fornecimento de energia e problemas em estradas rurais. Em Santa Catarina e Paraná, a chuva volumosa pode atrapalhar a colheita do trigo e a semeadura da soja e do milho da primeira safra, exigindo cautela dos produtores.
Enquanto o Sul enfrenta os temporais e a virada do tempo, outras regiões do país seguem em situação oposta.
Centro-Oeste e Sudeste: Calor no início com virada abrupta no clima
O Centro-Oeste e o Sudeste continuam sob o domínio do calor extremo, com temperaturas que podem atingir 40 °C em cidades do Mato Grosso, Goiás, Minas Gerais e interior de São Paulo. A baixa umidade relativa do ar, que pode ficar abaixo dos 25%, aumenta o risco de incêndios florestais e causa desconforto térmico, exigindo cuidados redobrados com a saúde e as atividades a céu aberto.
No Sudeste, a mudança no tempo deve ocorrer a partir da quarta-feira (8), com a chegada da frente fria ao estado de São Paulo e ao sul de Minas Gerais, trazendo pancadas de chuva com volumes entre 30 e 40 milímetros, principalmente no centro-leste paulista, Vale do Paraíba e Zona da Mata Mineira. No Espírito Santo e no leste de Minas, a previsão indica chuvas fracas e isoladas, com acumulados em torno de 10 mm, suficientes para elevar a umidade e amenizar o calor intenso. Com o avanço do sistema, o tempo tende a ficar mais ameno até o fim da semana.
No Centro-Oeste, o calor predomina e as chuvas ainda são irregulares. No sul do Mato Grosso do Sul e leste do Mato Grosso, pancadas isoladas devem garantir acumulados entre 20 e 30 mm, enquanto o norte de Mato Grosso pode registrar até 50 mm, favorecendo o avanço do plantio da soja. Já em Goiás, o tempo segue seco e quente, e as chuvas mais regulares devem se estabelecer apenas na segunda quinzena de outubro.
Nordeste e Norte: Chuva intensa em algumas regiões
No Nordeste, o cenário é de contrastes. O litoral leste, do sul da Bahia ao Rio Grande do Norte, deve registrar chuvas fracas entre 15 e 25 mm, mas o interior da região segue sob calor extremo, baixa umidade e seca prolongada, com temperaturas que podem chegar a 39 °C. Apesar do quadro crítico, a previsão indica melhora gradual nas próximas semanas, com expectativa de chuvas mais consistentes a partir da segunda metade do mês, o que deve favorecer o início do plantio de feijão, milho e soja.
Já no Norte do país, o tempo continua instável em estados como Amazonas, Acre, Roraima, Pará e Amapá. Os acumulados de chuva variam entre 40 e 50 mm, ajudando a recuperar a umidade do solo e estimular o crescimento da vegetação. Em Roraima, no entanto, a influência da Zona de Convergência Intertropical pode provocar chuvas acima de 100 mm, o que exige atenção para alagamentos pontuais e dificuldades nas operações de campo. No Tocantins, o calor intenso persiste, com chuvas isoladas e sem reversão completa do déficit hídrico.
Reforçamos a importância de a população se manter atenta aos boletins oficiais e alertas da Defesa Civil. Durante tempestades, a recomendação é evitar áreas abertas e o uso de aparelhos elétricos, além de proteger animais e equipamentos agrícolas.
O alerta de perigo emitido para o Sul do Brasil é válido entre os dias 5 e 6 de outubro, com atenção máxima para o Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná, devido ao risco de chuvas acima de 100 mm, ventos superiores a 100 km/h, granizo e queda acentuada de temperatura.
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