Alerta: Vacinação contra Aftosa não está suspensa!

O anúncio que ocorreu durante a 87ª ExpoZebu, trouxe surpresa para alguns e, de forma mal interpretada, trouxe grande “bagunça” na programação dos pecuaristas. Entenda o que realmente foi proposto pelo MAPA.

A ação faz parte do projeto de tornar todo o país livre de febre aftosa sem vacinação até 2026. O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) irá suspender a vacinação contra a febre aftosa em seis estados e no Distrito Federal. Entretanto, é preciso que fique claro, antes de mais nada, que a medida ocorrerá após a última etapa de vacinação a ser realizada em novembro.

ALERTA PARA OS PECUARISTAS, SE ATENTEM AOS FATOS QUE APENAS EM 2023 ESTARÁ SUSPENSA A VACINAÇÃO NAS UNIDADES FEDERATIVAS INDICADAS PELO MAPA, OU SEJA, NESTE ANO É PRECISO VACINAR CONFORME O CALENDÁRIO DE VACINAÇÃO!

As unidades da Federação integram o Bloco IV do Plano Estratégico do Programa Nacional de Vigilância para a Febre Aftosa (PE-PNEFA). São elas:

  • Espírito Santo,
  • Goiás,
  • Mato Grosso,
  • Mato Grosso do Sul,
  • Minas Gerais,
  • Tocantins e
  • Distrito Federal.

Ao todo, aproximadamente 113 milhões de bovinos e bubalinos deixarão de ser vacinados, o que corresponde a quase 50% do rebanho total do país. O anúncio foi feito pelo ministro Marcos Montes e o secretário de Defesa Agropecuária do Mapa, José Guilherme Leal, durante a abertura da 87ª edição da ExpoZebu, em Uberaba (MG). 

Em Mato Grosso do Sul, o governador explica que a campanha de imunização deste ano será a última antes da certificação das autoridades sanitárias nacionais e internacionais. Quase 50% do rebanho brasileiro deixará de ser vacinado.

“É um conquista de todos nós, do Ministério, dos estados e dos produtores rurais. A certeza de que essa união vai fazer cada vez mais a nossa sanidade ser respeitada no mundo, como já é”, disse o ministro. Antes do anúncio, o presidente da República, Jair Bolsonaro, e o ministro participaram da abertura da exposição, considerada a maior feira de gado zebu do mundo.

Ao todo, aproximadamente 113 milhões de bovinos e bubalinos deixarão de ser vacinados, o que corresponde a quase 50% do rebanho total do país.

A suspensão faz parte do projeto de ampliação de zonas livres de febre aftosa sem vacinação no país, previstas no PE-PNEFA. Para realizar a transição de status sanitário, os estados e o Distrito Federal atenderam aos critérios definidos no Plano Estratégico, que está alinhado com as diretrizes do Código Terrestre da Organização Mundial da Saúde Animal (OIE).

Foto: Agropecuária Dois Irmãos

“Esses estados vão terminar a vacinação em novembro, quando irão parar de vacinar, se preparando para mudar o status para livres de febre aftosa sem vacinação”, explicou o secretário José Guilherme Leal.

O PE-PNEFA está fundamentado na avaliação contínua de indicadores que são monitorados regularmente de forma conjunta pelas equipes gestoras do plano estratégico, que reúnem os setores público e privado, em âmbito estadual e nacional. A meta é que o Brasil se torne totalmente livre de febre aftosa sem vacinação até 2026.

Nesse momento, não haverá restrição na movimentação de animais e de produtos entre os estados do Bloco IV, que terão a vacinação suspensa em 2022, e os demais estados que ainda vacinam no país. Isso porque o pleito brasileiro para o reconhecimento internacional das unidades da Federação como zonas livres da doença sem vacinação não será encaminhado para a OIE no próximo ano.

“Isso será possível porque o pleito não será apresentado à Organização Mundial da Saúde Animal no próximo ano, dando tempo para que os demais estados executem as ações necessárias para a suspensão da vacinação e, assim, possamos apresentar o pleito de forma conjunta à OIE”, explica o diretor do Departamento de Saúde Animal, Geraldo Moraes.

Para o reconhecimento como zonas livres de febre aftosa sem vacinação, a OIE exige a suspensão da vacinação contra a febre aftosa e a proibição de ingresso de animais vacinados nos estados e regiões propostas por, pelo menos, 12 meses.

Atualmente, no Brasil, somente os estados de Santa Catarina, Paraná, Rio Grande do Sul, Acre, Rondônia e partes do Amazonas e do Mato Grosso têm a certificação internacional de zona livre de febre aftosa sem vacinação.

Em Mato Grosso do Sul

O secretário Nacional de Defesa Agropecuária afirmou que Mato Grosso do Sul deixa de ser área livre de febre aftosa sem vacinação, pelo trabalho realizado por produtores e políticas públicas.

“Mato Grosso do Sul fez um grande investimento, seguindo as metas do Ministério da Agricultura, e agora está autorizado a vacinar pela última vez em novembro e a partir do ano que vem, pelo reconhecimento nacional, estão livres da febre aftosa sem vacinação, e isso vai abrir novos mercados e reduzir custos para os pecuaristas”, pontuou.

Para o governador Reinaldo Azambuja, isso é resultado de um trabalho que vem sendo realizado há anos, com investimentos em infraestrutura, tecnologia, capacitação dos servidores e ações sanitárias eficientes e rígidas. “Isso aumenta muito a competitividade dos nossos produtos da agropecuária, vai trazer um novo perfil da agropecuária de Mato Grosso do Sul, nossos produtos serão mais valorizados lá fora, aquilo que é produzido aqui terá um valor agregado e toda a sociedade ganha com isso”.

Siga o Compre Rural no Google News e acompanhe nossos destaques.
LEIA TAMBÉM