
Esse cenário dificulta o abastecimento interno de vários países pelo mundo, incluindo o Brasil, que é altamente dependente do comércio exterior.
A dinâmica entre a oferta e a demanda do mercado internacional de fosforados continua apertada. Como efeito desse cenário, os preços se mantêm em patamares relativamente elevados e os compradores do setor se encontram em uma posição questionável. “Isso se deve às relações de troca entre os grãos e o MAP que estão entre as perdas dos últimos anos”, inicia o analista de Inteligência de Mercado da StoneX, Tomás Pernías.
De acordo com o relatório semanal de fertilizantes, do lado da demanda, a Índia registrou estoques baixos de fertilizantes fosfatados e, como consequência, os importadores indianos seguem ativos na busca por cargas no mercado internacional.
“Apesar da insatisfação do governo indiano com os preços elevados, os importadores não têm alternativa no momento, sendo solicitados a absorver os custos crescentes. Essa transferência tem sido um dos fatores que sustentam para sustentar a pressão altista nos preços globais”, destaca Pernías.
No recorte da oferta internacional, foi observada uma disponibilidade limitada do produto, o que dificultou os compradores a realizarem suas aquisições, especialmente no Brasil.
Segundo o analista de Inteligência de Mercado, o país possui grande dependência do mercado externo para atender sua demanda interna por fertilizantes fosfatados. Entre os principais fornecedores estão países como Marrocos, China, Rússia e Egito. “A China tem restringido os volumes exportados, o que contribui para diminuir a oferta global e sustentar os preços. Essa postura reflete sua política rigorosa de controle de preços e de garantia do abastecimento doméstico, o que acaba por impactar outros mercados, como o brasileiro”, enfatiza.
De acordo com os dados do relatório, entre o início de 2025 e a segunda semana de julho, os preços do MAP — um dos principais fertilizantes fosfatados utilizados no Brasil — acumularam altas de cerca de 20%. De acordo com Pernías, esse movimento pode trazer desafios adicionais para os compradores na safra 2025/26. A última vez em que os preços atingiram o patamar foi em 2022, ano marcado pelo início da guerra entre Rússia e Ucrânia.
“É importante ressaltar que no Brasil os custos de produção da soja, do milho e do algodão já se encontraram em patamares superiores ao do ano passado. Nesse contexto, a manutenção dos preços dos fosfatos em níveis elevados representa uma notícia negativa para os compradores na safra 2025/26”, conclui o analista de Inteligência de Mercado.
Fonte: StoneX
VEJA TAMBÉM:
- Média do açúcar cristal sobe no spot paulista
- Em meio à baixa liquidez, indicadores do etanol têm novas quedas
- Com dólar em alta e safra menor, preços do trigo se sustentam no RS e PR
ℹ️ Conteúdo publicado por Myllena Seifarth sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira
Quer ficar por dentro do agronegócio brasileiro e receber as principais notícias do setor em primeira mão? Para isso é só entrar em nosso grupo do WhatsApp (clique aqui) ou Telegram (clique aqui). Você também pode assinar nosso feed pelo Google Notícias
Não é permitida a cópia integral do conteúdo acima. A reprodução parcial é autorizada apenas na forma de citação e com link para o conteúdo na íntegra. Plágio é crime de acordo com a Lei 9610/98.