Após anos de margens apertadas, a pecuária nacional entra em fase de recuperação de preços. Entenda como a “virada do ciclo”, a escassez de bezerros e a tecnologia definirão quem lucra na próxima temporada.
A safra que se aproxima desenha um novo horizonte para a pecuária brasileira, marcando o fim de um período de forte pressão de baixa e o início de uma recuperação consistente. As projeções para o mercado do boi em 2025/26 indicam que o produtor que sobreviveu à fase de liquidação encontrará um cenário de oportunidades, desde que esteja preparado para gerir a eficiência dentro da porteira.
Enquanto as safras anteriores foram caracterizadas pelo excesso de oferta e abate desenfreado de fêmeas, o biênio 2025/26 consolida a chamada “virada do ciclo pecuário”. Neste novo contexto, compreender a macroeconomia do setor, os impactos climáticos e as exigências da pecuária de precisão não é apenas um diferencial, mas a condição básica para capturar a rentabilidade da arroba valorizada. Siga a leitura e acompanhe o Compre Rural, qui você encontra informação de qualidade para fortalecer o campo!
A “Virada do Ciclo”: O motor econômico do mercado do boi em 2025/26
O principal vetor de mudança para a próxima temporada é a drástica alteração na oferta de animais. Dados históricos e projeções de consultorias indicam que o excesso de abate de matrizes nos últimos anos resultará em um “apagão” na oferta de bezerros.
No mercado do boi em 2025/26, a lei da oferta e da procura atuará com força total:
- Valorização do Bezerro: Com menos bezerros nascendo (devido ao abate anterior de vacas), o preço da reposição dispara.
- Retenção de Fêmeas: Com o bezerro valendo mais, o pecuarista para de mandar vacas para o frigorífico e volta a retê-las para procriar.
- Escassez de Carne: Com menos vacas indo para o gancho e bezerros ainda em formação, a oferta geral de carne diminui, empurrando o preço da arroba do boi gordo para cima.
Portanto, o cenário é de preços firmes e em ascensão. Contudo, o custo da reposição também será maior, exigindo que o pecuarista de recria e engorda seja cirúrgico na compra e na nutrição.
Relação de Troca e o Papel dos Grãos
Outro ponto crucial na análise do mercado do boi em 2025/26 é o custo da dieta. O mercado de grãos, especialmente milho e soja, tende a apresentar uma estabilidade que favorece o confinador. Monitorar a relação de troca — quantos sacos de milho é possível comprar com uma arroba de boi — será essencial.
A expectativa é que, com a arroba valorizada e o grão estável, o poder de compra do pecuarista aumente, viabilizando estratégias de intensificação como o semiconfinamento e o confinamento estratégico.
A Tecnologia como ferramenta de acesso a mercados
Se por um lado o preço ajuda, por outro, a régua da exigência subiu. A safra 2025/2026 será marcada pela vigência plena de regulações internacionais, como a lei antidesmatamento da União Europeia (EUDR).
Nesse contexto, a tecnologia deixa de ser apenas sobre “produzir mais” e passa a ser sobre “provar o que se produz”.
- Rastreabilidade Total: O uso de brincos eletrônicos, balanças inteligentes e softwares de gestão integrados será obrigatório para quem deseja acessar as cotas de exportação que pagam prêmios em dólar (Boi China/Boi Europa).
- Gestão à Vista: Sensores de monitoramento de pasto e água via satélite permitem provar a sustentabilidade ambiental da fazenda, transformando dados brutos em “passaporte” para mercados premium.
Nutrição e Planejamento Forrageiro: A base da eficiência
Com a reposição (bezerro) custando caro no mercado do boi em 2025/26, não há espaço para boi sanfona (que ganha peso nas águas e perde na seca). O planejamento forrageiro torna-se a estratégia central para diluir os custos fixos.
A integração Lavoura-Pecuária (ILP) surge como a grande aliada nesse quesito. Utilizar áreas de agricultura para produzir pastagem de inverno de alta qualidade garante que o gado continue ganhando peso na entressafra, encurtando o ciclo de abate.
- Nutrição de Precisão: Ajustar o balanceamento das dietas e usar suplementação estratégica não é gasto, é investimento para garantir que o animal caro expresse todo seu potencial genético no menor tempo possível.
Quem ganha dinheiro em 2025/26?
O cenário é otimista para preços, mas desafiador para a gestão. Lucrará no mercado do boi em 2025/26 o pecuarista que entender que o ciclo de alta não aceita amadorismo. A combinação entre a retenção estratégica de matrizes, o uso intensivo de tecnologia para rastreabilidade e um planejamento nutricional que elimine a perda de peso na seca será a fórmula do sucesso para a próxima safra.
Escrito por Compre Rural
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ℹ️ Conteúdo publicado pela estagiária Ana Gusmão sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira
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