
Uma valorização de 35,6% em relação aos R$ 249,65/@ no preço médio do boi gordo registrados em janeiro, segundo dados do CEPEA/B3. Contudo, especialistas indicam que a tão esperada virada do ciclo pecuário deve ocorrer apenas no segundo semestre de 2025.
O mercado do boi gordo em 2024 foi marcado por movimentos de grandes oscilações, mas com expressivo viés de alta, com a arroba encerrando o ano em R$ 320,33, uma valorização de 35,6% em relação aos R$ 249,65 registrados em janeiro, segundo dados do CEPEA/B3. Essa foi a maior alta nominal dos últimos cinco anos, superando até mesmo os 33,6% registrados em 2020. Contudo, especialistas indicam que a tão esperada virada do ciclo pecuário deve ocorrer apenas no segundo semestre de 2025.
De acordo com a Scot Consultoria, o avanço nos preços foi impulsionado por um ajuste real de 26,2% no ano, o maior desde 2011, e pela recuperação expressiva no último trimestre. Apesar disso, o setor enfrentou adversidades, como a seca e os incêndios em importantes praças pecuárias, o que reduziu a capacidade de produção em várias regiões.
Outro fator determinante foi o abate recorde de matrizes em 2024, que ajudou a segurar os preços em um cenário de grande oferta de boiadas para abate, iniciado em 2023. Esse contexto trouxe um aumento pontual nos valores, mas também levanta preocupações para o futuro, dado o impacto na reposição do rebanho.
Mercado físico e atacadista
No mercado físico, o final de ano foi caracterizado por uma liquidez reduzida, típica do período de festas, e por escalas de abate confortáveis em grandes frigoríficos. Contudo, os pequenos frigoríficos, com escalas mais curtas, podem voltar às compras em breve, sustentando os preços no curto prazo.
Preços médios da arroba do boi gordo (a prazo) pelas praças pecuárias do Brasil
- São Paulo: a arroba do boi gordo comum foi sinalizada em R$ 310 e o China posicionada entre R$ 315 e R$ 320
- Minas Gerais: entre R$ 300 e R$ 310
- Goiás: entre R$ 295 e R$ 305
- Mato Grosso do Sul: em até R$ 315
- Mato Grosso: em Barra dos Graças, a arroba foi cotada entre R$ 310 e R$ 315. Na região de Mirassol d’Oeste, ficou em R$ 300
Já o mercado atacadista apresentou preços acomodados, com o quarto traseiro cotado a R$ 26,70/kg e o quarto dianteiro a R$ 20,20/kg.
Allan Maia, analista da Safras & Mercado, destaca que o consumo de carne tende a recuar após o Ano Novo, devido à retração nas despesas da população. Além disso, a concorrência com proteínas mais acessíveis, como a carne de frango, deve continuar pressionando os cortes bovinos.
Projeções para 2025
O relatório da Scot Consultoria indica que o primeiro trimestre de 2025 será crucial para entender o comportamento da oferta de vacas, principalmente devido à qualidade das pastagens, que deve permitir a retenção de animais no pasto em boas condições. Esse cenário poderá prolongar a oferta de boiadas da chamada “safra de capim”.
A demanda externa, por outro lado, promete ser um ponto positivo para o setor. Com o dólar cotado acima de R$ 6, as exportações devem crescer 0,7% em relação ao recorde de 2024, mesmo com a morosidade esperada no mercado interno. Para o restante do ano, a redução no rebanho bovino e na produção de carne poderá oferecer suporte adicional aos preços.
O ano de 2024 foi decisivo para o mercado de boi gordo, com alta significativa nos preços e ajustes importantes no setor. Entretanto, a expectativa para 2025 é de um cenário mais equilibrado, com menor oferta e exportações aquecidas compensando a possível retração no mercado doméstico. A virada do ciclo pecuário, esperada para o segundo semestre, deverá trazer estabilidade e novas oportunidades para o setor.
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