Anvisa bane seis marcas de café do mercado; veja quais

Entre as marcas de café proibidas está a Vibe Coffee, até então considerada promissora no mercado de cafés especiais; outras marcas foram vetadas por uso de matéria-prima imprópria, fragmentos semelhantes a vidro e alegações enganosas nos rótulos.

O consumidor brasileiro precisa redobrar a atenção na hora de escolher o café que chega à sua xícara. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) determinou a proibição da venda, comercialização, distribuição, propaganda e uso de seis marcas de café por uma série de irregularidades sanitárias, uso de ingredientes proibidos e práticas consideradas enganosas ao consumidor.

Vibe Coffee: de promessa à proibição

A marca Vibe Coffee, do Espírito Santo, foi a mais recente a entrar na lista de interdições da agência. Conhecida entre os entusiastas de cafés especiais e com boa aceitação no mercado, a empresa teve todos os seus produtos banidos em território nacional.

Segundo a Anvisa, as principais falhas encontradas foram:

  • Ausência de licença sanitária e registro dos produtos
  • Falta de rastreabilidade dos lotes
  • Ausência de procedimentos operacionais padrão
  • Condições inadequadas de higienização nas instalações

Além disso, a empresa teria iniciado a produção sem comunicar formalmente os órgãos competentes e vendia os itens irregularmente por meio do site e de plataformas de e-commerce.

Em sua defesa, a Vibe Coffee alegou desconhecimento sobre as exigências regulatórias, se declarou uma microtorrefação com apenas dois funcionários, e afirmou que já iniciou obras de adequação nas instalações. Também disse que havia solicitado, por conta própria, uma inspeção da vigilância estadual com o objetivo de obter o alvará sanitário.

Café com vidro, micotoxinas e cogumelo proibido

Além da Vibe Coffee, outras cinco marcas foram vetadas pela agência reguladora por motivos diversos e igualmente preocupantes:

  • Café Oficial, Melissa e Pingo Preto:
    Classificados como “café fake”, foram retirados do mercado por conter matéria-prima imprópria para consumo, contaminada com ocratoxina A, uma micotoxina produzida por fungos. Também foram criticados pela forma como se apresentavam nas embalagens, podendo induzir o consumidor ao erro ao se passarem por café tradicional.
  • Café Câmara:
    Proibido após a identificação de fragmentos semelhantes a vidro em um de seus lotes. A Anvisa determinou a apreensão de todos os produtos da marca, tanto do tipo extraforte quanto tradicional, e constatou que a origem do café era desconhecida, com embalagens que citavam empresas irregulares.
  • Café Fellow Criativo (Cafellow):
    Comercializava sachês com extrato de cogumelo Agaricus bisporus, ingrediente não autorizado em alimentos no Brasil. Além disso, a marca fazia alegações irregulares no rótulo, como “controla a insulina” e “diminui o colesterol”, o que também foi considerado enganoso.

A fundadora da Cafellow reconheceu o erro, atribuiu a falha à falta de conhecimento técnico e anunciou a suspensão temporária das vendas, com o objetivo de regularizar o produto.

Como o consumidor pode se proteger dessas marcas de café

Diante dos riscos sanitários envolvidos, a Anvisa disponibiliza uma ferramenta online para consulta de produtos irregulares. Para utilizá-la, basta acessar consultas.anvisa.gov.br, clicar em “Produtos Irregulares” e fazer a busca por nome da marca ou data da medida.

Também é possível checar a regularidade da empresa fornecedora por meio da base de dados do Ministério da Agricultura (Mapa) e da Receita Federal.

Além das marcas mencionadas, o Mapa já recolheu outras marcas consideradas impróprias para consumo, por motivos como desclassificação do produto ou CNPJ inapto.

Impacto no setor e alerta ao consumidor

A onda de proibições da Anvisa acende um alerta para o setor cafeeiro, sobretudo entre as microtorrefações e marcas emergentes, que buscam conquistar espaço no concorrido mercado nacional. A vigilância sanitária reforça que mesmo pequenos empreendimentos precisam seguir rigorosamente as normas de fabricação, higiene e rotulagem, sob risco de punições severas.

Para o consumidor, fica o alerta: não se deixe levar apenas por embalagens atrativas ou promessas de saúde. A qualidade e a segurança do produto devem estar sempre em primeiro lugar.

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