Quanto custa produzir cada arroba do seu rebanho? Essa é uma pergunta que todo pecuarista deve se fazer e saber a resposta na ponta da língua!
Com uma área de pastagem de 180 milhões de hectares (LAPIG³) e um rebanho de 214,8 milhões de cabeças (IBGE), o país abateu 40,7 milhões de cabeças de gado (USDA²), produzindo, assim,10,2 milhões de toneladas de carne bovina em 2019 (USDA), o Brasil já é um país consolidado no mercado internacional quando o assunto é carne.
Por aqui, o sistema predominante para terminação de bovinos é deliberadamente oposto ao praticado nos Estados Unidos. Enquanto 90% do total de animais abatidos no país norte americano são terminados em confinamento, aqui, no Brasil, a maioria dos bovinos é terminada em pasto.
O papel do pecuarista na intensificação da produção
O pecuarista tem papel fundamental na melhora dos índices acima citados, a intensificação do processo de produção é o principal meio para a contínua consolidação do país como o principal fornecedor de proteínas no mercado internacional.
O acompanhamento de todos os processos administrativos da propriedade rural é o demonstrativo de que a atividade econômica segue lucrativa para os produtores, garantindo a permanência e competitividade no negócio, portanto, saber qual é o custo de produção de uma arroba de boi gordo é fundamental.
Como calcular o custo da arroba produzida em sua fazenda?
Primeiramente, é necessário saber separar os custos fixos dos custos variáveis.
Custos fixos
São os custos recorrentes da fazenda, como o gasto com energia elétrica, água, meio-fio, internet, funcionário e, inclusive, a depreciação das pastagens e dos maquinários.
A depreciação de algum bem, como no caso do maquinário, é o valor do implemento, conforme a sua vida vai útil se esgotando.
Podemos exemplificar com a fórmula: Depreciação = (VI-VS)/VU, onde:
- VI é o Valor Inicial do implemento adquirido;
- VS o Valor de Sucata do implemento, na final de sua vida útil;
- VU a Útil Vida do implemento.
Supondo que um pecuarista adquiriu um implemento agrícola por R$30.000,00 (VI) e, após 10 anos (VU), o valor de venda desse implemento seja de R$3.000,00 (VS).
Aplicando a fórmula acima, ter como resultado o valor de depreciação do implemento ao ano.
Depreciação = 30.000,00 – 3.000,00/10, ou seja, R$2.700,00
Para pastagens, o cálculo segue a mesma dinâmica. Supondo que um pecuarista gastou R$1.500,00 por hectare para a formação de sua pastagem, que a vida útil passada é de 10 anos e que seu valor final é zero, cada hectare de pasto gera, anualmente, um custo de R$150,00 (R$ 1,5 mil/10 anos). Aqui, esses R$150,00 são contabilizados no número de arrobas produzidas por hectare ao ano.
Se em um hectare de pasto são produzidas 5 arrobas, o custo fixo da pastagem será de R$30,00 por arroba (R$150,00/5).
Custos variáveis
Os custos variáveis são os custos que estão direta e indiretamente relacionados ao ciclo de produção da fazenda. Os gastos com insumos, serviços de diárias, combustíveis, gastos com sanidade e impostos pagos entram nessa classificação de custos.
Os custos variáveis podem ser divididos em diretos e indiretos, onde os diretos são os desembolsos com insumos, já que estão diretamente relacionados à atividade e aumentam conforme a produção aumenta, como, por exemplo, sal mineral para bovinos a pasto.
Já os indiretos estão relacionados aos custos que podem se encaixar em mais de uma atividade dentro da propriedade rural como, por exemplo, os custos com mão de obra.
Chegando no resultado
Somando os custos fixos e variáveis da sua propriedade, é possível calcular o custo operacional total da fazenda.
Dividindo o custo operacional total pela quantidade de arrobas produzidas em um ano, chega-se ao custo de uma arroba produzida, conforme a tabela a seguir.
É importante ressaltar que ambos os custos mudam de uma propriedade para a outra e definir e classificar esses custos é mais uma das missões do proprietário ou do gerente da fazenda.
Nesse exemplo (tabela 2), como custos fixos foram considerados o valor de depreciação de todos os itens e benfeitorias da fazenda como, por exemplo, custos de depreciação de reservatórios de água, limpeza dos cochos inseridos nas áreas de pastagem, revisão preventiva do maquinário feita anualmente, entre outros custos.
Já para os custos variáveis foram considerados os custos com produtos veterinários que não são comumente usados, investimentos com empreitas contratadas como limpeza de pastagens e conserto de algumas partes dos currais.
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Considerações finais
O cálculo do custo de produção de uma arroba é um dos dados chave para uma excelente gestão e administração na propriedade, e a identificação, análise e mensuração desses dados são ferramentas fundamentais para o pecuarista administrar assertivamente o seu negócio.
Com esses dados em mãos, o produtor consegue mensurar a sua lucratividade anual, custo marginal, lucro marginal, entre outros índices empresariais que demonstram a viabilidade da empresa rural, além de subsidiar as tomadas de decisão!
Com informações do Minerva e Scot Consultoria