Aprosoja quer dividir riscos da Agricultura com compradores de grãos

O presidente da Aprosoja Brasil alertou os secretários de Política Agrícola e ao Mapa sobre os riscos das operações caindo apenas sobre o produtor.

Os contratos firmados entre produtores de soja e milho e os compradores de grãos têm ficado cada vez mais rigorosos nos últimos anos, com os riscos da operação recaindo apenas sobre o produtor. O alerta foi feito pelo presidente da Aprosoja Brasil, Antonio Galvan, aos secretários de Política Agrícola e de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura (Mapa), Guilherme Bastos e José Guilherme Leal, durante encontros nesta quarta-feira (27.10) em Brasília.

“Os riscos precisam ser compartilhados com os demais elos da cadeia. Ninguém obriga o produtor a vender, mas nem a indústria a comprar. Por que o risco da operação em vendas futuras recai somente sobre o produtor? Se acontece um problema climático, o produtor é o único prejudicado. Precisamos começar a pensar num mecanismo para acabar com essa distorção “, afirmou.

Durante os encontros, o presidente da Aprosoja Brasil levou aos secretários outros pontos que são motivo de preocupação por parte dos produtores, entre eles os atrasos na entrega de insumos e até cancelamento de contratos de venda de fertilizantes e defensivos para a safra 2021/2022.

Galvan pediu providências do Mapa em relação à classificação de grãos para evitar que empresas continuem aplicando descontos sobre grãos avariados. Segundo ele, já existem pesquisas comprovando que um grão avariado possui o mesmo valor nutritivo que um produto com boa aparência.

O presidente da entidade defendeu medidas que garantam melhoria da qualidade das sementes vendidas aos produtores e ressaltou a necessidade da regulamentação do Decreto de Sementes.

Antonio Galvan falou também sobre a calendarização do plantio de soja. De acordo com o dirigente, a portaria 394, publicada em setembro pelo Ministério da Agricultura, atende a maior parte dos produtores do País.

Por fim, o presidente da Aprosoja Brasil demonstrou preocupação com os prejuízos que o herbicida Dicamba pode causar em lavouras que não utilizam a tecnologia Xtend, principalmente a soja convencional (não transgênica) e as culturas caracterizadas por plantas de folha larga, como frutas e hortaliças.

Os secretários receberam as demandas da Aprosoja Brasil e se comprometeram a encaminhar os assuntos internamente dentro do Ministério da Agricultura.

Fonte: Aprosoja Brasil

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