Árabes são um mercado importante para o Brasil

Ministra da Agricultura defende intensificação de negócios com países árabes, eles são o segundo mais importante aliado econômico do Brasil.

A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, disse hoje que é possível trabalhar em um planejamento estratégico “mais ousado” para intensificar os negócios entre o Brasil e os países árabes — que, em conjunto, são o segundo principal parceiro comercial agrícola brasileiro. Ela sugeriu a criação de uma linha direta de comercialização para reduzir custos nas operações, com a ampliação de importações de produtos daquela região e a diversificação da pauta exportadora para lá.

“Podemos trabalhar e montar um planejamento estratégico mais ousado entre países árabes e Brasil porque somos parceiros muito antigos e gostaríamos de estreitar e aumentar eficiência desse nosso comércio”, afirmou Tereza Cristina em reunião virtual com membros da a Câmara de Comércio Árabe Brasileira (CCBA).

A ministra garantiu a continuidade do abastecimento alimentar dos parceiros comerciais da forma “mais normal possível” e fez questão de citar o presidente da República, Jair Bolsonaro, ao dizer que ele, a equipe governamental e toda cadeia produtiva brasileira seguem as recomendações dos órgãos de saúde nas ações de combate à covid-19.

Para o secretário-geral da União das Câmaras Árabes, Khaled Hanafi, o volume do comércio pode ser muito maior (hoje representa cerca de 2% do PIB dos países árabes). Para evitar o “pior cenário”, de decréscimo nas operações, será necessário mudar o padrão dos negócios, disse ele.

“Precisamos mudar o tipo de relacionamento, de simples comércio internacional para uma relação de aliança estratégica. Não ver o outro apenas como mercado alvo, mas trabalhar em conjunto para agregar valor e aumentar benefício para ambos os lados”, destacou. “O coronavírus ficará para trás muito em breve, restará nossa parceria e relacionamento”.

No primeiro trimestre de 2020, houve redução de quase 5% nos valores exportados pelo Brasil aos países árabes em relação ao mesmo período do ano passado. As vendas externas passaram de US$ 1,74 bilhão para US$ 1,65 bilhão. A maior queda foi no envio de milho: US$ 116 milhões a menos que em 2019 até agora. Por outro lado, açúcar e soja em grão tiveram incrementos. “O comércio segue pujante e assim continuará”, disse a Tereza Cristina.

Khaled Hanafi afirmou que é preciso pensar em atividades que agreguem valor no setor alimentício e industrial e que os árabes têm capacidade de investimento nessas áreas. “As duas partes podem pensar em outros mercados porque temos acesso a mercados significativos na África e em outros lugares do mundo”, pontuou.

O presidente-executivo da BRF, Lourival Luiz, que participou da reunião, disse que a parceria entre árabes e brasileiros “é importante para assegurar investimento” e para efetivar a “exportação de produtos de qualidade e a produção local”. A empresa atua em solo árabe há mais de 50 anos.

Uma sugestão do secretário Hanafi foi criar um canal direto de “troca de commodities” que possa beneficiar, principalmente, pequenos produtores brasileiros sem intermediários. “Juntar produtores brasileiros que estão isolados para trabalharem de forma cooperativa e teremos benefício máximo para o pequeno consumidor do mundo árabe”.

O secretário-geral e a ministra Tereza Cristina concordaram que para intensificar as relações será preciso melhorar a questão logística. “Para diminuir os custos de transporte temos que ter linhas que venham dos países árabes trazendo outros produtos, não só petróleo. Talvez tenhamos que desenvolver em conjunto esses produtos, para fazer a linha de transporte marítimo de maneira eficiente para baixar custos. O Brasil pode ser importador de alguns produtos para que possamos fazer transporte mais eficiente”, destacou a ministra.

Tereza Cristina reforçou a necessidade de ampliar o leque de produtos enviados para os árabes. “O coronavírus vai passar, mas precisamos ter um entendimento maior sobre a abertura para outros produtos. Temos que trabalhar com diversidade maior de produtos”.

A ministra assegurou que as atividades de inspeção e fiscalização continuam em pleno funcionamento no Brasil mesmo com a pandemia no novo coronavírus. “O mundo depois dessa pandemia a sanidade será muito importante para todos, para que novos vírus e novas pandemias não aconteçam. Que possamos ser grandes supridores de alimentos de qualidade”.

As informações são do Valor Econômico.

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