Arroba a R$ 305: Frigorífico só compra boi se pagar bem

Na parcial de janeiro, o Indicador CEPEA/B3 (estado de São Paulo) subiu 11,49%, atingindo R$ 297,85 nessa quarta-feira, 27. Arroba bate recorde a R$ 305,00.

Os preços do boi gordo seguem em firme movimento de alta neste mês. Na parcial de janeiro, o Indicador CEPEA/B3 (estado de São Paulo) subiu 11,8%, atingindo R$ 299,70 nessa quarta-feira, 27. Vale lembrar que, esse é o novo recorde da série histórica do Cepea, iniciada em 1994.

Segundo pesquisadores do Cepea, a baixa oferta de animais prontos para o abate e a demanda aquecida são os motivos para os avanços nos valores da arroba. Confira abaixo os novos recordes da arroba e como estão as expectativas do mercado para o curto e médio prazo!

Segundo a Scot Consultoria, os negócios fechados estão pontuais e a pouca oferta de gado dá sustentação às cotações da arroba do boi gordo. Os preços estão estáveis na comparação feita dia a dia. Na região, o boi gordo está negociado em R$300,00/@, preço bruto e a prazo.

Em São Paulo, o valor médio para o animal terminado chegou a R$ 302,27/@, na quinta-feira (28/01), conforme dados informados no aplicativo da Agrobrazil. Já a praça de Goiás teve média de R$ 294,63/@, seguido por Mato Grosso Sul com valor de R$ 284,74/@.

Já o destaque do dia ficou para o preço recorde, com a arroba rompendo a casa dos R$ 300,00. O pecuarista de São José do Rio Preto, vendeu a boiada por R$ 305,00/@ com pagamento a prazo de 2 dias e abate programado para o dia 03 de fevereiro.

Segundo o Sócio da Radar Investimentos, Douglas Coelho, com relação ao mercado externo, o analista aponta que é preciso ficar atento à variação do câmbio. “Em outubro e novembro, nós tivemos um dólar de US$ 5,70 e deixou a nossa carne muito competitiva no mercado internacional. A partir de março, as exportações devem ganhar mais fôlego em relação a janeiro e fevereiro”, destaca.  

Atenção na reposição

Quanto aos animais de reposição (bezerro nelore, de 8 a 12 meses), os valores atuais também são recordes. Neste caso, o impulso vem do maior aumento do abate de fêmeas entre 2018 e 2019 e da forte demanda por reposição, devido à aquecida procura externa pela carne brasileira ao longo de 2020.

O recorde real do Indicador do bezerro foi registrado na segunda-feira, 25, quando atingiu R$ 2.811,77/cabeça – nessa quarta-feira, 27, fechou a R$ 2.704,79.

Frigoríficos estão preocupados com alta de imposto

A Associação Brasileira de Frigoríficos (ABRAFRIGO) acompanha com preocupação os recentes aumentos do ICMS no Estado de São Paulo para o setor de carne bovina e se solidariza com consumidores, indústrias frigoríficas e outros estabelecimentos impactados pelas medidas, no momento em que o País atravessa uma grave crise sanitária e econômica, com elevados índices de desemprego e fechamento de empresas, especialmente de pequeno porte.

De acordo com estudo da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP), a alíquota de ICMS incidente sobre a carne bovina comercializada entre as indústrias frigoríficas e as empresas enquadradas no Simples Nacional, que representam a maior parte de açougues e estabelecimentos varejistas de pequeno porte, passará de 7% para 13,3%.

Além disso, conforme avaliação da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo (FAESP) haverá redução do crédito de ICMS outorgado à indústria abatedoura, que passará de 7% para 5,9% na saída do produto da indústria frigorífica, a partir do dia 1 de abril de 2021.

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