Arroba atingiu o piso? Preço estável e escalas alongadas

Boa parte dos compradores ficaram fora das compras, devido às escalas de abate confortáveis e ao feriado de Sexta-feira Santa amanhã. Arroba atingiu o piso?

O fechamento da semana, pré feriado da Sexta-feira Santa, trouxe um movimento de estabilidade nos preços, já que muitos compradores e vendedores se mantiveram afastados do mercado. Dessa forma, o mercado físico do boi gordo conseguiu ter um dia de sustentação das cotações, frente a pressão de queda que vêm ocorrendo desde a virada do mês. Mas, afinal de contas, o preço da Arroba atingiu o piso?

Diante das pressões negativas e as consecutivas quedas na arroba do boi gordo durante as últimas semanas, alguns pecuaristas optam por se afastar dos negócios e segurar os animais no pasto por mais tempo, enquanto aguardam um movimento de melhores ofertas, pós período de quaresma.

Os preços trabalharam estáveis nas praças paulistas durante a quinta-feira, apontou a Scot Consultoria. Boa parte dos compradores ficaram fora das compras, devido às escalas de abate confortáveis e ao feriado de Sexta-feira Santa amanhã.

Assim, o boi gordo é negociado por R$315,00/@, a vaca gorda por R$279,00/@ e a novilha gorda por R$312,00/@, preços brutos e a prazo. Já o Indicador do Boi Gordo – Cepea/Esalq, encerrou a semana com uma variação mensal positiva de 4,84%. Sendo assim, os preços fecharam a semana cotados a R$ 338,90/@.Ainda segundo a instituição, o valor da arroba em dólar, recuou e segue cotada a US$ 72,23/@. Confira no gráfico abaixo como se comportou o valor nos últimos 30 dias do mês.

Ainda no mercado físico, segundo o app da Agrobrazil, em São Paulo, o valor médio para o animal terminado apresentou uma média geral a R$ 323,93/@, conforme dados informados no aplicativo da Agrobrazil. Já a praça de Goiás teve média de R$ 295,03/@, seguido por Mato Grosso Sul com valor de R$ 291,28/@. E em Mato Grosso, a média fechou cotada a R$ R$ 319,20@.

Por sua vez, as cotações dos machos com padrão para exportação, o chamado boi-China (abatido mais jovem, geralmente com idade abaixo de 30 meses) tiveram um recuo de R$ 30,00/@ na comparação com o mês de março. A Agrobrazil, informou negociação de R$ 330/@ para os bovinos jovens de padrão exportação em Guarantã, no estado São Paulo, com pagamento à vista e abate para o dia 27 de abril.

Preocupação em Rondônia

O diferencial de base em relação a praça paulista vêm criando uma maior tensão e, em alguns casos, desanimo na produção pecuária no estado. Os preços do boi gordo são o mais baixos, quando comparados as principais praças pecuárias pelo país.

Segundo a Agrobrazil, atualmente, os preços no estado estão cotados a uma média de R$ 274,40/@. Dessa forma, o diferencial de base em relação a São Paulo, segue na casa de R$ 51,64/@.

Escalas de abate, segundo a Agrifatto

Diante das pressões negativas e as consecutivas quedas na arroba do boi gordo durante as últimas semanas, alguns pecuaristas optam por se afastar. Esse movimento, informa a consultoria, fez com que as escalas de abate deixassem de avançar em boa parte do País, resultando em uma média nacional de 8 dias úteis, 1 dia a menos do que foi visto na semana anterior.

Veja abaixo as programações de abate em algumas das principais praças do País, segundo levantamento da Agrifatto divulgado nesta quinta-feira, 14 de abril.

  • São Paulo –  As indústrias fecharam a sexta-feira com 10 dias úteis programados, 1 dia a mais no comparativo entre as semanas.
  • Goiás e Rondônia –  Os frigoríficos goianienses e rondonienses encerraram a semana com as escalas na média de 9 dias úteis, recuo de 3 dias em Goiás e de 1 dia em Rondônia.
  • MT/MG/Pará –  As programações de abate se encontram em 7 dias úteis nos três Estados. As indústrias matogrossenses avançaram 3 dias, enquanto as mineiras recuaram 3 dias e as paraenses 2 dias, no comparativo semanal.
  • Mato Grosso do Sul – No Estado, as escalas de abate estão na média de 6 dias úteis, sem variação no comparativo entre as semanas.
  • Tocantins – Os frigoríficos tocantinenses estão com os abates programados para 5 dias úteis, 3 dias a menos do que foi visto na semana passada.

Preço em outras regiões

Goiânia – Goiás

No comparativo diário, na região, a cotação do boi gordo caiu R$3,00/@, a da vaca gorda R$1,00/@ e a da novilha gorda R$2,00/@. As escalas de abate atendem, em média, 8 dias. A referência está em R$294,00/@ para o boi gordo, R$274,00/@ para a vaca gorda e R$280,00/@ para a novilha gorda, preços brutos e a prazo.

Paraná

A melhor oferta de boiadas e o escoamento fraco pressionaram os preços do boi e novilha gordos, com queda de R$2,00/@ para ambas as categorias no comparativo feito dia a dia. A cotação da vaca gorda ficou estável. O boi é negociado por R$310,00/@, a vaca gorda por R$282,00/@ e a novilha gorda por R$300,00/@, preços brutos e a prazo.

Exportações

O fluxo dos embarques de carne bovina ao exterior se mantém em volumes superiores ao ano passado para igual período e isso injetou uma maior confiança no setor produtivo durante os primeiros meses de 2022, observam os analistas.

No entanto, embora os resultados das exportações de carne bovina seguem surpreendendo positivamente neste começo de ano (obtendo um recorde histórico no primeiro trimestre de 2022), os exportadores brasileiros passaram a ficar mais cautelosos depois da novas medidas de lockdown (contra o avanço de novas contaminações por Covid-19) adotadas pela China.

Além disso, os embargos temporários do governo chinês envolvendo algumas plantas frigoríficas brasileiras também trouxeram um clima de desconfiança entre os exportadores brasileiros. Nas últimas semanas, os preços da carne bovina subiram consideravelmente no exterior, mas a forte desvalorização do dólar frente ao real também acendeu um sinal de alerta no setor de exportação, já que o produto brasileiro ficou menos competitivo lá fora.

O Brasil exportou de 48,15 mil toneladas da proteína nos primeiros seis dias úteis de abril, o que resultou numa média diária de 8,02 mil toneladas, um avanço de 27,9% em relação à média embarcada no mesmo mês do ano passado, quando ficou em 6,27 mil toneladas, de acordo com dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex).

Quando comparado ao volume médio diário de embarque registrado em março/22, o ritmo de abril é 4,2% superior, informa a IHS. De acordo com o fluxo registrado nos primeiros seis dias úteis de abril, o Brasil pode exportar em torno de 150 mil toneladas até o final deste mês (caso o ritmo atual persista), prevê a IHS.

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