Arroba avança a R$ 325 com frigoríficos “desesperados”

As escalas de abate começam a preocupar a indústria que não encontra oferta de animais na praça, mesmo com aumento dos patamares de preços!

O mercado físico de boi gordo seguiu a mesma trajetória da abertura da semana e registrou preços estáveis a mais altos nesta terça-feira, 29, com destaque para praça paulista. O mercado continua favorecendo os animais de até 30 meses de idade, com ágio que chega a R$ 10,00/@, em relação ao boi comum.

As indústrias frigoríficas não conseguem exercer pressão, principalmente no que diz respeito aos animais que cumprem os requisitos de exportação e, ao que tudo indica, as escalas de abate estão ficando ajustadas e acabam levando ao cenário de férias coletivas ou, em algumas regiões, o fechamento da planta, como o caso da JBS que demitiu 400 funcionários no Mato Groso do Sul.

O fluxo de negócios tem reduzido na maior parte do país, com as indústrias com necessidades de compras para as escalas pré feriado estadual em 9/7 (Revolução Constitucionalista). As cotações do boi, vaca e novilha gordos estão estáveis no comparativo diário. Bovinos jovens destinados à exportação são negociados em até R$325,00/@, preço bruto e à vista, destacou a Scot Consultoria.

Em São Paulo, o valor médio para o animal terminado chegou a R$ 317,85/@, na terça-feira (29/06), conforme dados informados no aplicativo da Agrobrazil. Já a praça de Goiás teve média de R$ 304,31/@, seguido por Mato Grosso Sul com valor de R$ 308,54/@.

O indicador do boi gordo do Cepea teve um dia de alta dos preços e renovou o recorde histórico da série. A cotação variou -2,24% em relação ao dia anterior e passou de R$ 321,90 para R$ 319,65 por arroba. Sendo assim, no acumulado do ano, o indicador valorizou 20,49%. Em 12 meses, os preços alcançaram 46,55% de alta.

As negociações apresentaram redução nas escalas de abate no estado paulista, com compras para abate ainda nesta semana, ressaltando que são movimentos para a categoria exportação. Já para o mercado interno, a virada do mês pode trazer impulso para alta das cotações, diante da baixa oferta de animais e pressão dos pecuaristas da terminação.

Segundo a IHS Markit, as indústrias frigoríficas brasileiras ainda trabalham com escalas bastante apertadas.

  • No Centro-Oeste, informa a consultoria, a dificuldade na aquisição de animais constitui programações de abate resultou em programações de abate ao redor de três dias. Na região, tal situação reforça a tendência de alta nas cotações dos animais terminados.
  • No Norte e Nordeste, os preços continuam lateralizados diante da menor necessidade de compra e escalas aparentemente mais confortáveis, acrescenta a IHS.
  • Na região Sudeste, o ambiente também é de estabilidade.
  • No Sul do Brasil, os preços da arroba também estão firmes. As recentes geadas que atingem a região não têm resultado na maior desova de animais terminados, diz a IHS.

A atenção dos agentes do mercado está direcionada para o início de julho, com expectativa de melhores movimentações e ajustes positivos nas cotações dos produtos por conta do pagamento de salários e a primeira parcela do 13º.

Boi Brasileiro em Dólar

Atenção com foco na exportação

Na primeira quinzena de julho o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) divulgará um relatório atualizando as projeções relacionadas aos números do Setor Carnes, com um grande enfoque em relação à China. 

Giro do Boi Gordo pelo Brasil

  • Com isso, em São Paulo, Capital, a referência para a arroba do boi ficou em R$ 320, na modalidade à prazo, ante R$ 319 a arroba na segunda-feira.
  • Em Goiânia (GO), a arroba teve preço de R$ 305,00, estável.
  • Em Dourados (MS), a arroba foi indicada em R$ 313, inalterada.
  • Em Cuiabá, a arroba ficou indicada em R$ 309, inalterada.
  • Em Uberaba, Minas Gerais, preços a R$ 316 a arroba, contra R$ 314.

Atacado

Já no mercado atacadista, os preços da carne bovina seguem acomodados. Conforme Iglesias, o ambiente de negócios ainda sugere por maior espaço para reajustes no decorrer da primeira quinzena do mês, período que conta com maior apelo ao consumo, considerando a entrada dos salários como motivador da reposição entre atacado e varejo.

“Reforçando que a carne de frango ainda dispõe da predileção do consumidor médio, algo natural com a atual situação macroeconômica”, disse Iglesias. Com isso, o corte traseiro teve preço de R$ 20,30 o quilo. O corte dianteiro teve preço de R$ 17,30 o quilo e a ponta de agulha permaneceu em R$ 17,40 o quilo.

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