Arroba do boi sobe 10% em março e volta ao nível anterior ao embargo chinês

É a maior elevação no acumulado de um mês desde novembro 2021; confira também o cenário para os preços do boi gordo e “boi China”

Das dezessete praças acompanhadas no mercado físico do boi gordo, apenas uma passou por valorização na última quinta-feira, o MS. Em São Paulo, o boi comum continuou valendo R$ 280,00/@, e o “boi China”, R$ 300,00/@, com escalas de abate na média de dez dias. Na B3, o contrato com vencimento pra março/23 passou por uma leve valorização de 0,03, fechando o dia em R$ 294,10/@.

A volta das exportações para a China e suas consequências de aumento na demanda e no preço pelo animal vivo, refletiram no atacado paulista nas negociações semanais dessa quinta-feira. Dessa forma, todos os produtos com ossos passaram por valorização, como por exemplo, a carcaça casada do boi castrado que foi comercializada a R$ 18,80/kg, registrando um aumento de R$ R$ 0,60/kg.

Resumo do boi gordo em março

Os preços do boi gordo registraram alta na segunda metade do mês de março, impulsionados pela retomada dos envios de carne à China no dia 23 de março e pela restrição vendedora dos produtores, já que os pecuaristas aproveitam as boas condições das pastagens para segurar os animais no campo.

Segundo os pesquisadores do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), com as recentes valorizações, a arroba bovina já voltou a ser negociada praticamente nos mesmos patamares registrados em meados de fevereiro, antes do embargo à carne bovina brasileira.

Em fevereiro, o indicador do boi gordo CEPEA/B3 encerrou fevereiro a R$ 267,95, com forte queda de 7,2% no acumulado daquele mês, sendo que, até o dia 22 de fevereiro, antes da suspensão dos envios, o indicador acumulava alta, de 3,74%.

Agora, em março, até o dia 28, o indicador acumula expressivo avanço de 10,2%. Assim, trata-se da maior elevação no acumulado de um mês desde novembro 2021, quando o indicador avançou significativos 25,26% e o setor nacional atravessava justamente uma suspensão dos envios de carne à China, por conta de um caso atípico de vaca louca no início de setembro de 2021.

Foto Divulgação

China volta as compras

Na semana passada, Brasil e China retomaram as exportações da carne bovina brasileira com destino ao país asiático após 1 mês de autoembargo nacional em função de um caso atípico de mal da vaca louca.

Em função disso, o Bank of America (BofA) espera que os embarques retomem os níveis normais em dois ou três meses, já que o Brasil é o único país capaz de acompanhar a demanda chinesa.

Em setembro de 2021, os embarques foram bloqueados devido a um caso de mal da vaca louca, demoraram 4 meses para as exportações serem permitidas e 2 meses para estabilizaram.

Dessa vez, o embargo durou a apenas um mês, com isso, a expectativa do banco é que os volumes se recuperem em abril e estabilizem de maio em diante.

bandeira da china em primeiro plano com bandeira do brasil atras
Foto: Divulgação

Importações da China em 2023

O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) espera que as importações de carne bovina cresça 2% ano a ano em 2023. No acumulado do ano, as importações cresceram 36% até fevereiro, já que volumes significativos já haviam sido enviados antes do embargo. Para alcançar as estimativas do USDA, a China teria de importar 200 mil toneladas de carne bovina por mês, até o fim do ano, no entanto, o BofA acredita que esse cenário será desigual.

Segundo o banco, as importações em abril e maio devem se manter, devido ao embargo, o que significa que as importações devem totalizar 260 mil toneladas por mês a partir de maio.

Com esse cenário, o BofA acredita que os preços da carne bovina com destino a China devem ficar em torno de US$ 5/kg até maio, com risco de ganhos acima do esperado partir disso. Na última vez que o país estava importando mais de 250 mil toneladas por mês, os preços estavam perto de US$ 7/kg, quase 50% mais caros que os preços atuais.

Por outro lado, o ciclo do gado brasileiro está avançando e isso pode resultar em uma oferta maior, fazendo com que os preços atinjam esse patamar, mas acreditamos que a tendência deve ser positiva.

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