Arroba pode chegar a R$ 380, e especialistas revelam por que pode faltar boi em breve

Consultores da Scot Consultoria projetam valorização da arroba puxada pela retenção de fêmeas e aumento nas exportações. Projeções indicam valores do boi gordo entre R$ 360 e R$ 380 até dezembro

O mercado do boi gordo deve atravessar o segundo semestre de 2025 em um cenário mais otimista, com projeções de valorização da arroba amparadas por uma esperada redução na oferta de fêmeas para abate e demanda firme tanto no mercado interno quanto externo. A análise é dos consultores de mercado da Scot Consultoria, Felipe Fabbri e Rodrigo de Mondo, em mais uma edição do Mercado Sem Rodeios.

Segundo Fabbri, a mínima do ano até aqui foi de R$ 300,00/@ em São Paulo, registrada em maio, mesmo diante de uma oferta elevada de boiadas nos primeiros meses de 2025. “A exportação foi o fator que sustentou os preços e impediu quedas mais acentuadas”, afirmou o consultor.

Pressão pontual na arroba em junho e influência do clima

Na reta final de junho, foi registrada uma queda de R$ 2,00 na arroba, reflexo da redução no escoamento da carne bovina, que impactou diretamente as escalas dos frigoríficos. “A oferta atual tem atendido bem à demanda, o que permitiu às indústrias alongar as escalas e pressionar as cotações”, explicou Rodrigo.

As condições climáticas também pesam sobre o curto prazo. Com a chegada do inverno e previsão de chuvas escassas em grande parte do Centro-Oeste e Sudeste, a tendência é de perda de vigor das pastagens, o que pode provocar aumento momentâneo na oferta de animais destinados ao abate. “Em julho, há chance de estabilidade ou até queda leve nos preços, a depender do nível de oferta”, alertou a Scot.

Menor oferta de fêmeas deve mudar o jogo no segundo semestre

Apesar da instabilidade momentânea, os consultores destacam que o segundo semestre costuma ser marcado pela retenção de fêmeas, em função da aproximação da estação de monta. Isso reduz naturalmente o volume de abate e abre espaço para a valorização da arroba.

Temos dados históricos que mostram queda na participação das fêmeas nos abates no segundo semestre, e isso influencia diretamente a precificação”, pontuou Fabbri.

Além disso, os contratos futuros negociados na B3 para outubro já precificam alta, girando em torno de R$ 333,00, com registros que chegaram a R$ 350,00 em momentos de maior otimismo.

Exportação aquecida e mercado interno com mais capital

Do lado da demanda, a expectativa é positiva tanto no cenário internacional quanto nacional. “O segundo semestre costuma registrar um crescimento de 20% nos embarques de carne bovina em relação ao primeiro semestre”, afirmou Rodrigo. Os principais destinos — como China e Estados Unidos — seguem com apetite pela carne brasileira, o que ajuda a sustentar os preços.

No mercado interno, fatores como pagamento do 13º salário, férias e bonificações devem injetar mais capital na economia, contribuindo para a melhora no consumo de carne bovina. Além disso, o nível de desemprego relativamente baixo e a competitividade frente a outras proteínas mantêm o boi gordo como destaque nas prateleiras.

Projeção otimista: até R$ 380/@

A Scot Consultoria trabalha com modelos que apontam picos entre R$ 360 e R$ 380 por arroba até dezembro de 2025, a depender da evolução da oferta e da confirmação das boas expectativas de exportação.

O mercado deve trabalhar de estabilidade à alta no segundo semestre”, concluem os analistas. “Para os pecuaristas, o ideal é avaliar estratégias de proteção e hedge, aproveitando os melhores momentos para garantir margem e segurança.”

A consultoria oferece essas análises mais detalhadas em seu serviço de consultoria estratégica de mercado, disponível no site oficial da empresa.

“Essas perspectivas mostram que o segundo semestre de 2025 pode ser promissor, especialmente se o produtor souber se posicionar diante do mercado”, ressaltaram os consultores da Scot Consultoria..

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