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Arroba vai a R$ 285,00 e indústrias vão pagar menos

Preços da arroba sofrem forte queda, quase 6% em setembro, sem aceno da China. Enquanto isso, os pecuaristas vão apontando para prejuízo dentro da porteira!

O mercado físico de boi gordo apresentou preços acentuadamente mais baixos nesta quinta-feira, 30, o fechamento de setembro confirmou a realidade que não era desejada, um recuo de quase 6% nos preços da arroba segundo instituições. Já dentro da porteira, o pecuarista segue com grandes dificuldades para ajustar as margens de lucro, principalmente com os altos custos de produção.

Com as portas ainda fechadas para o mercado chinês, e a China comprando da Argentina, os frigoríficos passaram praticamente todo o mês remanejando as escalas de abate, esperando uma solução rápida que acabou não ocorrendo. As indústrias possuem um volume importante de carne bovina estocada em câmaras frias e nos portos ainda na esperança de uma retomada das compras chinesas.

No último dia de setembro, o mercado do boi gordo nas praças paulistas abriu em queda mais uma vez. Na comparação feita dia a dia a cotação do boi gordo caiu R$2,00/@ e da vaca e novilha gordas ficou estável. Dessa forma, o boi gordo é negociado em R$293,00/@, preço bruto e a prazo, R$292,50/@, com desconto do Senar e R$288,50/@, com desconto de Senar e Funrural. 

Em São Paulo, o valor médio para o animal terminado apresentou uma média geral a R$ 288,48/@, na quinta-feira (30/09), conforme dados informados no aplicativo da Agrobrazil. Já a praça de Goiás teve média de R$ 283,84/@, seguido por Mato Grosso Sul com valor de R$ 287,62/@.

Ainda segundo as informações do app, os preços na praça paulista já atingiram o patamar de R$ 285,00/@, o que representa uma grande preocupação em relação as margens dos pecuaristas. Ainda segundo a Agrobrazil, em Mina Gerais, a boi gordo atingiu o menor patamar dos últimos meses, sendo negociada a R$ 275,00/@.

No acumulado de setembro (até o dia 29), o Indicador CEPEA/B3 do boi gordo registra baixa de 5,9%, fechando a R$ 294,80 nessa quarta-feira, 29. Trata-se da variação negativa mensal mais intensa desde janeiro de 2020, quando a queda no acumulado foi de 7,8%. O fechamento de quinta-feira, trouxe mais um recuo de -3,18%, encerrando o mês cotado a R$ 291,60.

Segundo pesquisadores do Cepea, nas primeiras semanas de setembro, notícias indicando dois casos atípicos de Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB) afastaram compradores do mercado interno, resultando em recuos nos preços da arroba do boi gordo. Agora, neste encerramento do mês, a retração compradora se somou ao fraco ritmo de vendas de carne no mercado atacadista da Grande São Paulo.

Além disso, pesquisadores do Cepea ressaltam que os envios da proteína à China, o principal destino internacional da carne brasileira, se mantêm suspensos – o que, por sua vez, acaba limitando a demanda por novos lotes de animais para abate.

China compra da Argentina e Brasil não reage

O mês de setembro/21 se encerrou marcado pelo silêncio chinês em relação a reabertura dos embarques, provocando especulação sobre o possível redirecionamento de estoques excedentes para o mercado interno.

Assim, o mercado físico do boi gordo passa por pressão, apontando negócios que flertam com as mínimas de 2021, chegando na casa dos R$ 285,00/@. Na B3, o contrato futuro de boi gordo com vencimento para outubro/21 segue “derretendo” e fechou cotado a R$ 285,65/@, recuando -2,46%.

Segundo lembrou nesta quinta-feira o boletim da IHS Markit, o Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) declarou recentemente que ainda não tem como estabelecer uma data para retomada das exportações de carne bovina para a China, pois a decisão não cabe ao governo brasileiro.

O ministério disse ainda que também se predispôs a realizar uma reunião técnica de forma mais urgente, mas que ainda não foi agendada pelas autoridades chinesas, que alegam estarem analisando as informações enviadas.

Nesse contexto, diz a IHS Markit, muitas unidades de abate optaram por se manter fora do mercado brasileiro do boi gordo.

Giro do Boi Gordo pelo Brasil

  • Com isso, em São Paulo, a referência para a arroba do boi ficou em R$ 290 na modalidade à prazo, ante R$ 290 ontem.
  • Em Goiânia (GO), a arroba caiu de R$ 285 para R$ 280.
  • Em Dourados (MS), a arroba foi indicada em R$ 292, contra R$ 298 na quarta-feira.
  • Em Cuiabá, a arroba ficou indicada em R$ 282, contra R$ 281.
  • Em Uberaba (MG), preços a R$ 293 a arroba, contra R$ 299 a arroba ontem.

Atacado

No mercado atacadista, os preços da carne bovina também recuaram no
último dia do mês, pelo menos para a maioria dos cortes. “O ambiente de
negócios é preocupante neste momento. Mesmo para a primeira quinzena de outubro haverá pouco escopo para altas, apesar do repique sazonal no consumo doméstico”, alertou o analista.

A cada dia que passa se torna mais factível a possibilidade dos frigoríficos de escoarem a carne estocada nas câmaras frias e nos portos no mercado doméstico, “o que pode provocar derrocada dos preços e contaminar outras proteínas de origem animal, como a carne de frango e a carne suína”, disse Iglesias.

O quarto traseiro ainda foi precificado a R$ 21,25 por quilo. Quarto dianteiro apresentou queda de R$ 0,20 por quilo e foi cotado a R$ 15,80 por quilo.

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