
A grande preocupação nesse momento é o volume de animais a termo já negociados. No entanto, até o momento, as indústrias não conseguiram reduzir os preços da arroba do boi gordo
O mercado físico do boi gordo se depara com uma situação de preços tendo grandes variações entre as categorias de animais para abate e praças pecuárias. Porém, ressaltam as consultorias, com espaço limitado para melhora dos preços durante a primeira quinzena de agosto, período pautado por bom apelo ao consumo. A grande preocupação nesse momento é o volume de animais a termo já negociados. No entanto, até o momento, as indústrias não conseguiram reduzir os preços da arroba.
Ao longo de julho, o que tem havido é uma recuperação, ainda que lenta, das sucessivas baixas ocorridas no correr do primeiro semestre. Segundo pesquisadores do Cepea, frigoríficos seguem preenchendo boa parte das escalas com animais já contratados. Em suas negociações spot, deparam-se com pecuaristas firmes nos pedidos de preços maiores e, principalmente, fora do estado de São Paulo têm sido visto reajustes.
Destaque do mercado ficou para a novilha no mercado paulista, conforme apontou a Scot Consultoria. “Após um período de 5 dias úteis de acomodação no preço da novilha, hoje, o mercado abriu as compras ofertando mais R$2,00/@. Para as demais categorias, os preços estão estáveis na comparação diária”.
Dessa forma, completou a Scot, a arroba do boi está cotada em R$227,00, a da vaca em R$202,00 e a da novilha em R$217,00, preços brutos e a prazo. Já o “boi China” está cotado em R$230,00/@. Ágio de R$3,00/@, preços brutos e a prazo.
“Apesar da alta de 0,9% na comparação dia a dia para a novilha, as indústrias frigoríficas de São Paulo vêm comprando apenas o necessário para manter as escalas de abate, que estão, em média, para 10 dias”, observa a Scot, que acrescenta: “Muitos dos abates estão sendo para o cumprimento dos contratos a termo, o que deixa o mercado spot sem firmeza”.
Já o Cepea, mais uma vez apresentou uma pequena valorização de 1,09% na comparação diária, mas que foi suficiente para elevar o preço médio do Indicador do Boi Gordo a um patamar de R$ 232,20/@ nessa última quinta-feira. Confira o gráfico abaixo.

“Como ponto de inflexão está a entrada de animais confinados no mercado, com grande incidência de contratos a termo nesta temporada, oferecendo boa perspectiva para as escalas de abate dos frigoríficos, em especial os de maior porte”, disse o analista da Consultoria Safras & Mercado, Fernando Henrique Iglesias.
Amparados pelo câmbio favorável, que impulsiona fortemente as exportações de carne bovina, e pelo elevado volume de contratos a termo, que favorece a formação das escalas de abate, os frigoríficos brasileiros voltaram a exercer pressão para baixar os valores da arroba, afirma a consultoria Agrifatto.
“O mercado físico manteve os preços estáveis na maioria das regiões de produção, com tendência de alta em algumas poucas áreas”, destaca a consultoria.
Além disso, a Agrifatto observa que alguns compradores estenderam o prazo de pagamento do animal abatido para além de trinta dias nas ofertas de balcão. A consultoria também aponta uma redução na oferta de vacas e novilhas, uma tendência que vem se fortalecendo nas últimas semanas.
No mercado futuro, os contratos voltaram a subir de forma tímida na quarta-feira (24/7) na B3. O contrato com vencimento em julho de 2024 fechou a R$ 231,55/@, um acréscimo de 0,41% em relação ao dia anterior.
Giro do Boi Gordo pelas principais praças pecuárias do Brasil
- Em São Paulo, a referência média para a arroba do boi ficou em R$ 229,27, na modalidade à prazo.
- Já em Goiás, a indicação média foi de R$ 221,18 para a arroba do boi gordo.
- Em Minas Gerais, a arroba teve preço médio de R$ 219,41.
- No Mato Grosso do Sul, a arroba foi indicada em R$ 220,64.
- No Mato Grosso, a arroba ficou indicada em R$ 208,73.
Boi no atacado
O mercado atacadista apresenta preços em queda para a carne bovina. Segundo Iglesias, o ambiente de negócios ainda sugere pela continuidade do movimento no curto prazo, em um período mais fraco em termos de consumo (segunda quinzena do mês).
Os preços da carne bovina no atacado da Grande São Paulo registraram pequenas quedas nos últimos dias. De acordo com pesquisadores do Cepea, os valores costumam perder sustentação na segunda quinzena, e, pelo menos por enquanto, não se nota impacto significativo da confirmação de foco da doença de Newcastle numa granja de frangos no Vale do Alto Taquari (RS) no mercado bovino.
A expectativa segue favorável em relação à primeira quinzena de agosto, período pautado por maior apelo ao consumo. Além da entrada dos salários na economia, há o adicional de consumo relacionado ao Dia dos Pais, apontou a Agência Safras.
O quarto traseiro ainda é precificado a R$ 17,20 por quilo. O quarto dianteiro segue no patamar de R$ 13,35 por quilo. A ponta de agulha cedeu ao patamar de R$ 12,60 por quilo, queda de R$ 0,10.
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