Artigo: A utilização de resíduos agroindustriais na nutrição animal

O uso de resíduos agropecuários impróprios para o consumo humano na dieta dos animais possui um potencial estratégico para redução de impactos ambientais

Vários autores* – O Brasil é um dos países com maior atividade agrícola do mundo e consequentemente, um dos maiores produtores de resíduos agroindustriais oriundos do processamento de alimentos, como fibras, couro, madeira, entre outros (RICARDINO et al., 2020).

Dessa forma os resíduos industriais são considerados “descartes” do processamento de matérias primas da indústria alimentícia. Uma vez que uma grande quantidade de resíduos gerados e na maioria das vezes, descartada de forma incorreta na natureza, consequentemente contribuindo na poluição de solos, vegetações e mananciais (BHARATHIRAJA et al., 2017; OLIVEIRA, 2018).

A agricultura é um dos maiores setores biológicos que produz a maior quantidade de biomassa, o que pode ser um importante insumo utilizado na nutrição animal. Portanto o uso de resíduos agropecuários impróprios para o consumo humano na dieta dos animais possui um potencial estratégico para redução de impactos ambientais da produção e da competição por alimentos na pecuária. Esses resíduos podem ser obtidos de processos agroindustriais, como o beneficiamento de grãos, destilaria, produção de biodiesel, processamento de frutas e vegetais, entre outros processos que utilizam biomassa como matéria-prima (SALAMI et al., 2019).

Além disso as estratégias bioeconômicas baseadas no manejo de resíduos agroindustriais podem prevenir a subutilização de excrementos de gado e a queima imprudente/aleatória de resíduos de culturas garantindo assim a segurança alimentar e sanitária, a valorização dos resíduos para a geração de produtos de valor agregado, a subsistência do agricultor, além de oportunidades de emprego para os jovens (AGAMUTHU, 2009).

Portanto o uso de resíduos agropecuários impróprios para o consumo humano na dieta dos animais possui um potencial estratégico para redução de impactos ambientais da produção e da competição por alimentos na pecuária. Esses resíduos podem ser obtidos de processos agroindustriais, como o beneficiamento de grãos, destilaria, produção de biodiesel, processamento de frutas e vegetais, entre outros processos que utilizam biomassa como matéria-prima (SALAMI et al., 2019).

Além disso aumento dos preços dos alimentos energéticos e proteicos para a alimentação animal, elevou o custo de produção e reduziu a margem de lucro para os produtores. Com isso, subprodutos das agroindústrias têm recebido atenção especial, uma vez que apresentam baixo custo de aquisição (CHAVES et al., 2014).

Outra possível vantagem é uma maior flexibilidade de formulação das dietas pela disponibilidade de maior diversidade de alimentos, alguns subprodutos podem conter ingredientes especiais ou complementares aos já existentes, o que proporcionam um ajuste fino da dieta. Ademais a maioria dos subprodutos dispensa qualquer tipo de processamento, como a moagem, pois são comercializados em forma adequada ao uso, representando, assim, economia de mão-de-obra e energia (CHAVES et al., 2014).

Posto isso a utilização de resíduos agroindustriais, na alimentação de ruminantes é uma estratégia para redução dos custos e aumento na produtividade. Os subprodutos agrícolas podem ser incluídos no processamento da silagem para reduzir o custo total, mas também para incorporar nutrientes valiosos, como antioxidantes ou ácidos graxos insaturados (FÁVARO et al., 2022).

No caso de animais monogástricos, a utilização de resíduos agroindustriais como a semente e bagaço de uva, têm sido tem sido bastante estudando como subprodutos utilizados na nutrição. Pincipalmente por serem fontes de nutrientes valiosos, como fibras e substâncias bioativas, capazes de melhorar as características de qualidade da carne, como cor, oxidação lipídica e prazo de validade. Potencialidade estas associadas às propriedades antimicrobianas e antioxidantes, o que os tornam possíveis candidatos a suplementos alimentares e/ou ingredientes (ALFAIA et al 2022).

Além disso subprodutos da produção de algodão, cana-de-açúcar, amendoim, soja
e óleo de palma são potenciais ingredientes na fabricação de rações. No entanto o sucesso
na utilização de um resíduo depende-se de um bom planejamento, armazenamento e uso. Além da análise e estudo das particularidades de cada resíduo, como características nutricionais, disponibilidade, sazonalidade, custo e logística, representando assim os componentes preponderantes na viabilidade da sua utilização (SHAMSI et al., 2012; FÁVARO et al., 2022).

Diante disso esforços devem ser feitos para que mais pesquisas possam ser geradas e seus resultados disponibilizados o quanto antes aos produtores, garantindo assim melhor eficiência produtiva dos seus diferentes sistemas de produção. Assim será possível difundir o uso e tornar os resíduos agroindustriais parte integrante das dietas dos animais dos mais variados segmentos de produção (CHAVES et al., 2014).

Autores: Thálita Bianca de Paiva Cunha; Nathan Ferreira da Silva; Ludmilla Farias dos Santos; Cibele Silva Minafra*Referências bibliográficas com os autores

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