Ásia mantém posto de principal parceiro comercial do agronegócio brasileiro

Com tarifas dos EUA pressionando o mercado, a China reforça seu papel como principal destino das exportações brasileiras — especialmente no agronegócio, que já destina mais de 90% do trigo nacional ao país asiático.

A China segue sendo o maior parceiro comercial do Brasil para comércio exterior, com destaque especial para o agronegócio. A relação entre brasileiros e chineses ficou ainda mais importante, após o anúncio de tarifas norte-americanas para produtos originários do território brasileiro.

De acordo com dados da World Integrated Trade Solution, ferramenta do Banco Mundial que permite acompanhar as trocas comerciais entre países, a China representa aproximadamente 23% do total exportado pelo mercado brasileiro.

O percentual é ainda maior quando se fala no agronegócio. Afinal, enquanto o Brasil se prepara para a maior safra de grãos da história, o mercado asiático é responsável por escoar mais de 90% do trigo produzido em solo brasileiro, de acordo com a União Nacional da Bioenergia (UDOP).

Muito além da China

Um dos aspectos relevantes a serem considerados na análise da balança comercial do Brasil é a presença da China como o principal parceiro comercial do país. Entretanto, engana-se quem acha que apenas os chineses compram os produtos do agronegócio brasileiro.

Parceiros como a Malásia, Singapura e Coreia do Sul também têm um peso relevante na balança comercial brasileira. Dados do Observatory of Economic Complexity (OEC) indicam que o Japão foi responsável por 9 bilhões de dólares em exportações brasileiras no ano de 2023.

Singapura aparece como outro parceiro relevante, representando 7 bilhões de dólares no mesmo período. Apesar desses valores estarem bem distantes dos 100 bilhões de dólares da China, a parceria comercial com outros mercados permite ao governo brasileiro diversificar os riscos globais.

Mercado asiático vai além do agronegócio no Brasil

A cultura asiática está presente no Brasil por meio de diferentes elementos que remetem a países como China e Japão. Exemplo disso são os festivais asiáticos realizados em diversas cidades brasileiras.

Este ano foi realizada a 26ª edição do Festival do Japão em São Paulo. O evento contou com cultura e gastronomia, assim como a arte asiática e ocorreu no São Paulo Expo. A ideia foi celebrar os 130 anos de existência do Tratado de Amizade entre Brasil e Japão.

O sucesso da cultura asiática também fica perceptível no ambiente digital. Séries como Round 6, que alcançou mais de 100 milhões de espectadores em todo o mundo, incluindo o Brasil, assim como Queen of Tears e outras produções de streaming têm alcançado recordes de visualizações recentemente e reforçam o crescimento do interesse pelos aspectos culturais asiáticos.

Outra comprovação da imersão brasileira na cultura asiática é o jogo do tigrinho, que chegou a alcançar o índice mais alto no Google Trends graças a sua adaptabilidade aos celulares com jogabilidade que conta com símbolos asiáticos, o tigre da sorte e recursos aleatórios para manter os jogadores engajados.

Novos acordos tendem a criar ambiente ainda mais favorável aos negócios

O Acordo de Parceria Econômica entre Mercosul e Japão parece ter tomado novos rumos ao longo da última reunião realizada na Confederação Nacional da Indústria (CNI). Ao longo da 26ª Reunião Plenária do Conselho Empresarial Brasil-Japão, a Cebraj, foram reafirmados os acordos para ampliar as relações comerciais entre os dois países.

O agronegócio pode tirar vantagens dessa nova relação com o Japão. Ainda em 2025 foram obtidos mais de 400 novos acessos de mercado com negociações sanitárias para exportar produtos à base de gordura de animais.

O progresso dos acordos comerciais, aliado à imersão cultural do Brasil na cultura asiática, tende a consolidar as relações comerciais entre as autoridades brasileiras e chinesas, assim como entre as japonesas, o que representa uma importante proteção contra medidas protetivas adotadas por outros países.

Quer ficar por dentro do agronegócio brasileiro e receber as principais notícias do setor em primeira mão? Para isso é só entrar em nosso grupo do WhatsApp (clique aqui) ou Telegram (clique aqui). Você também pode assinar nosso feed pelo Google Notícias

Não é permitida a cópia integral do conteúdo acima. A reprodução parcial é autorizada apenas na forma de citação e com link para o conteúdo na íntegra. Plágio é crime de acordo com a Lei 9610/98.

Siga o Compre Rural no Google News e acompanhe nossos destaques.
LEIA TAMBÉM