De acordo com dados do Gasola by nstech, o preço do diesel teve um crescimento de 3% em 2024, e queda de 1% em 2025. Para 2026, a tendência é de nova alta.
O Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz) publicou no Diário Oficial (DOU), em outubro, o aumento, a partir de janeiro de 2026, do Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), tributo estadual, sobre gasolina, diesel e gás de cozinha. Para a gasolina, haverá uma elevação de R$0,10 por litro, passando a ser cobrado R$1,57 de imposto. Para o diesel, o aumento será de R$0,05 por litro, e passará a ser cobrado R$1,17 de imposto por litro. No caso do gás de cozinha, o aumento será de R$1,05 por botijão.
A alteração no preço, de acordo com o Comitê Nacional de Secretários de Fazenda, Finanças, Receita ou Tributação dos Estados e do Distrito Federal (Comsefaz), considera os preços médios mensais dos combustíveis divulgados pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), no período de fevereiro a agosto de 2025, em comparação ao mesmo período de 2024.
Segundo o especialista em combustível do Gasola by nstech, empresa de tecnologia que atua na gestão e monitoramento de consumo de combustíveis, Vitor Sabag, os efeitos desse aumento no ICMS devem ser sentidos imediatamente pelos frotistas e consumidores. Isso porque os postos, assim que recebem o novo valor, geralmente já repassam o custo direto nas bombas. Já no médio e longo prazo, esse aumento no combustível pesa nos custos logísticos de toda a cadeia, já que o Brasil depende fortemente do modal rodoviário para escoar a produção. “Com o tempo, isso tende a gerar repasses nos preços dos produtos transportados, o que acaba pressionando a inflação e afetando o bolso do consumidor final que não necessariamente possui veículo movido a diesel”.
O Transporte Rodoviário de Cargas desempenha um papel central nessa cadeia, por isso, a tendência é que os fretes fiquem mais caros, e que esse repasse chegue até o consumidor final. Segundo Sabag, para as transportadoras mitigarem os impactos do combustível mais caro, é fundamental adotar estratégias de gestão que façam diferença no dia a dia da operação. Uma delas é o monitoramento constante dos preços nos postos, o que permite identificar oportunidades de economia. Além disso, negociar com fornecedores e buscar as melhores condições de abastecimento pode gerar ganhos expressivos ao longo do tempo. De modo geral, o frotista precisa planejar o abastecimento de cada viagem, escolhendo com critério onde e quando reabastecer, para evitar gastos desnecessários e otimizar os recursos.
Pensando nos impactos gerais para a população, Sabag explica que um ponto que deve ser levado em consideração é que o próximo ano será de eleição e, historicamente, o preço dos combustíveis se torna sensível nesse período, especialmente com relação às decisões da Petrobras. “Não dá pra ignorar os possíveis efeitos políticos sobre os reajustes, que podem tanto segurar artificialmente os preços quanto gerar volatilidade no período pós-eleição. O que já sabemos com certeza é que o aumento de R$0,05 no ICMS vai anular a queda acumulada de aproximadamente 1% no preço do diesel em 2025.”
No Gasola, são monitorados diariamente os preços dos combustíveis e os principais fatores que impactam essa precificação. De acordo com esses dados, em 2024 o diesel teve um aumento de aproximadamente 3%. Já em 2025, até o mês de outubro, foi observada uma leve queda acumulada de cerca de 1%. Mesmo que seja muito difícil fazer previsões exatas sobre o comportamento do diesel, já que o mercado é extremamente volátil, Sabag afirma que para que o diesel continue caindo em 2026, seria necessário ver uma queda ainda maior no dólar e no barril, o que, olhando o cenário de hoje, parece cada vez mais desafiador.
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ℹ️ Conteúdo publicado por Myllena Seifarth sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira
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