
Bahia Farm Show impulsiona negócios e levanta debates sobre o futuro do crédito rural
Em Luís Eduardo Magalhães, no coração do Oeste baiano, a Bahia Farm Show atrai não apenas milhares de visitantes e expositores, mas também a atenção do setor financeiro. Reconhecida como a maior feira agrícola do Norte e Nordeste, o evento se consolida como termômetro dos rumos do agronegócio nacional, principalmente no que diz respeito ao crédito rural.
Nesta 19ª edição, a expectativa é de que o volume de negociações supere os R$ 10,9 bilhões registrados no ano passado. Bancos e cooperativas de crédito presentes demonstram otimismo com o cenário atual, acreditando em um desempenho ainda mais robusto neste ciclo.
Celso Régis, presidente da Sicredi União MS/TO e Oeste da Bahia, reforça essa confiança: “A Bahia Farm Show sempre foi um ambiente propício para grandes negócios. Os números do ano passado já foram expressivos, e agora, a perspectiva é de superação.”

Produtores de diferentes regiões do país aproveitam o evento para buscar financiamentos vantajosos. É o caso do pecuarista Éden Júnior Oliveira, do Sul do Piauí, que busca condições favoráveis para investir em sua produção: “Quando conseguimos vender bem e acessar crédito com juros mais acessíveis, conseguimos equilibrar as contas e ainda garantir algum lucro no fim do ano.”
Apesar do entusiasmo, há uma nuvem de incerteza sobre o setor. O lançamento do Plano Safra 2025 se aproxima, e produtores e agentes financeiros demonstram preocupação com possíveis mudanças nas regras de captação de recursos. Uma das principais inquietações gira em torno da Letra de Crédito do Agronegócio (LCA), que pode perder a isenção do Imposto de Renda. A medida, em discussão no governo federal, é vista como um risco à viabilidade de linhas de crédito acessíveis para o produtor rural.
“Estamos em um ponto decisivo. As LCAs são fundamentais para garantir crédito com condições especiais ao campo. Se houver taxação, isso pode comprometer toda a estrutura de financiamento agrícola”, alerta Régis.
Durante a abertura oficial da feira, o governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues, também comentou as possíveis mudanças tributárias. Em coletiva de imprensa, ele defendeu equilíbrio nas decisões: “É importante que o governo federal e o Congresso busquem um ponto de equilíbrio. Precisamos entender quais setores têm mais capacidade de contribuição para que não haja desequilíbrio ou prejuízo excessivo para determinados segmentos da economia.”
Com mais de 67 mil visitantes nos três primeiros dias, a Bahia Farm Show reforça seu papel não apenas como vitrine de tecnologias e inovação no campo, mas também como espaço de discussão sobre os desafios e caminhos para o fortalecimento do agronegócio brasileiro.
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ℹ️ Conteúdo publicado pela estagiária Ana Gusmão sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira
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